Por conta da crise provocada pelo novo coronavírus, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima uma retração de 43,1% nas vendas no varejo brasileiro, no Dia dos Namorados. Em números absolutos, as perdas podem chegar a mais de R$ 700 milhões. A entidade prevê que a data movimente R$ 937,8 milhões este ano, contra R$ 1,65 bilhão em 2019. Confirmada a previsão, o faturamento do comércio com o Dia dos Namorados em 2020 será o menor dos últimos 11 anos.
De acordo com Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, o fato de o Dia dos Namorados ocorrer no início do processo de flexibilização da quarentena, em diversos estados e municípios do País, deve fazer com que a data apresente uma queda menor do que a registrada no último Dia das Mães (-59,2%). “A menor adesão ao distanciamento no início de junho deve arrefecer um pouco as perdas do comércio. Segundo dados da consultoria Inloco, o índice de isolamento social no Brasil, na semana que antecede o Dia dos Namorados, encontra-se no menor patamar desde o início da quarentena”, ressalta Bentes.
As maiores retrações nas vendas deverão ocorrer nos segmentos do varejo considerados não essenciais. As lojas de vestuário, calçados e acessórios tendem a registrar as maiores perdas em relação ao ano passado (-71,3%), seguidas pelos estabelecimentos especializados na venda de itens de informática e comunicação (-58,3%) e pelo ramo de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (-55,8%).
Norte e Nordeste perdem mais
Regionalmente, haverá perdas em todos os Estados. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, unidades da Federação que respondem por mais da metade das vendas voltadas para a data, tendem a registrar perdas de 41,9%, 34,6% e 30,7%, respectivamente. Já em termos relativos, as maiores perdas devem se concentrar nas regiões Norte e Nordeste: Ceará (-65,3%), Amapá (-65,1%) e Pernambuco (-62,2%).
Celebrado em 12 de junho, o Dia dos Namorados é a sétima data comemorativa mais importante do calendário do varejo brasileiro.