As orientações de quarentena em razão da pandemia do novo coronavírus ainda geram reflexo nos pontos de embarque e desembarque de São Luís. Após o lockdown, e já na terceira fase de reabertura do comércio, o movimento é tímido no Terminal Rodoviário, localizado na Avenida dos Franceses; nas saídas das vans, no São Cristóvão; na Rampa Campos Melo, instalada no Centro Histórico; e no Terminal da Ponta da Espera, na região do Itaqui.
Na primeira quinzena de abril deste ano, o transporte rodoviário de passageiros, entre a capital maranhense e o resto do estado, foi proibido por seis dias, devido o decreto nº 35.722, do governo do Maranhão. A intenção era impedir o aumento da aglomeração, devido ao feriado da Semana Santa. Naquela data, conforme apurado pelo Jornal Pequeno, muitas pessoas tentaram sair da cidade.
Atualmente, sem nenhuma proibição, mas com a população retomando suas atividades trabalhistas – devido à reabertura do comércio –, o movimento de pessoas chegando ou deixando São Luís ainda está baixo.
“As vans estão saindo vazias, com quatro ou cinco passageiros”, informou o motorista Átila Mesquita de Nobrega, de 23 anos, que há dois anos trabalha em uma van que transporta pessoas para Rosário.
Outros “vanzeiros”, no bairro do São Cristóvão, confirmam o baixo movimento. “O fluxo aqui varia, há dias que até conseguimos preencher todos os assentos das vans, a partir da madrugada. Mas estão predominando dias como este (se referindo a ontem), em que são 10h e quase não houve passageiros”, frisou Ivaldo Costa, de 54 anos.
TERMINAL RODOVIÁRIO
No dia 25 de março, a gerente da Sinart, empresa que administra o Terminal Rodoviário de São Luís, Cláudia Peres, informou ao JP que o local sofria queda de 90% da movimentação, tanto no embarque, quanto no desembarque de passageiros. À época, segundo Cláudia, apenas as viagens interestaduais estavam suspensas.
No dia 8 de abril (primeiro dia do decreto nº 35.722), o Terminal Rodoviário estava completamente vazio. Nenhum ônibus saiu da rodoviária. A Sinart informou que as empresas já estavam operando com percentual baixo, e que devidoàs diversas restrições que estados e municípios aplicados à circulação de pessoas, muitos guichês suspenderam por total os serviços.
Já nessa terça-feira (16), todos os 26 guichês do Terminal Rodoviário estavam em funcionamento. Os destinos são intermunicipais e interestaduais, com o total de 30 viagens por dia, atualmente correspondendo à média de 350 pessoas embarcando diariamente. Os destinos mais procurados têm sido Chapadinha, Urbano Santo, Peritoró, Imperatriz, São Bernardo, Brasília, Belém e Goiânia (conexão).
De acordo com a Sinart, o movimento na rodoviária está em 30%. Como a movimentação está baixa, e há várias empresas que oferecem aos passageiros os mesmos destinos, os donos de agência teriam se organizado e optado por uma limitação de oferta de destino, o que diminuiria a concorrência, e possibilitaria que os ônibus saíssem cheios do Terminal Rodoviário.
VIAGENS PELO MAR
Na Rampa Campos Melo, o movimento também caiu, quase não havendo nenhuma viagem para Alcântara. Na manhã de ontem, havia embarcações ancoradas na Campos Melo. Nos últimos três meses, o local ficou semanas sem que nenhuma embarcação saísse ou chegassena rampa.
No Terminal Ponta de Espera, o local está funcionando com 80% do movimento normal. São realizadas 18 viagens entre os terminal Ponta da Espera e Cujupe. Os ferryboats saem nos três turnos (manhã, tarde e noite). A primeira viagem seria às 3h da madrugada.
Em março, os terminais Ponta da Espera e Cujupe chegaram a realizar a soma total de seis viagens. Isso significou redução de 50%, na quantidade de travessias que era feita pelos ferryboats, antes do coronavírus. Ou seja, cada terminal realizava antes da pandemia 12 viagens diárias. A partir do dia 18 de março, caíram para seis viagens diárias. E, de ontem até a noite de segunda-feira, serão apenas três viagens diárias.