Perícia aponta que não houve colisão entre carro do publicitário assassinado e Argo vermelho

Também foi constatado que, logo após cometer o crime, o autor do disparo ainda cruza com viatura da Polícia Militar

Fonte: Aidê Rocha

O resultado da perícia feita pelo Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim) apontou que não houve colisão entre o carro do publicitário Diogo Costa Campos, de 41 anos, e o Argo vermelho, placa PTJ-2844, antes do homicídio de terça-feira (16), em frente ao antigo bar Por Acaso, na Lagoa da Jansen.

Segundo informações repassadas ao Jornal Pequeno, o automóvel do publicitário não apresenta nenhum arranhão que indique ter acontecido batida entre ele e o carro da pessoa que estava no Argo. Em um vídeo, analisado pelos peritos e divulgado nas redes sociais, que flagra o momento em que os dois automóveis se cruzam pela primeira vez, na saída do prédio da vítima, o condutor do Fiat Argo chega a desviar do carro de Diogo, que saía da garagem, evitando o choque.

Ainda pelas imagens, é possível perceber que o Argo continua seu trajeto, e nem mesmo o vidro do veículo é aberto. Diogo fica uns 10 segundos na porta da garagem e sai em seguida, atrás do outro automóvel. A suspeita apontada pelos peritos é que tenha ocorrido, nesse momento, uma buzinada alta; não só de alerta como de reclamação.

Outras câmeras de videomonitoramento da região, também analisadas pelos peritos, não revelaram totalmente a dinâmica do crime. Essas câmeras são giratórias. Foi uma testemunha que disse que o carro branco (do publicitário) ‘trancou’ o Argo e a vítima desceu, indo na direção da porta do autor do crime, que baixou o vidro e levou um soco no peito. Nesse momento, atirou na vítima e acertou Diogo na altura do pescoço. O disparo, conforme a perícia, teria sido efetuado de dentro do Argo.

Nenhum tipo de cartucho foi encontrado, o que poderia ajudar na identificação do calibre da arma utilizada.

SUSPEITO PASSOU POR VIATURA

Logo após ter assassinado Diogo, o autor do crime, agora já de acordo com as imagens analisadas pela perícia, demonstrando muita frieza, deixa o local tranquilamente, em baixa velocidade. Mais à frente, cerca de 150, 200 metros da cena do crime, o Argo cruza com uma viatura da Polícia Militar, que saía de uma rua do lado direito da avenida da Lagoa da Jansen, antes do cruzamento com Holandeses/Ponta d’Areia, onde existe um semáforo. Porém, não levantou qualquer suspeita dos PMs, visto que o carro seguia tranquilamente, como se nada tivesse acontecido.

Está sendo checado pela Polícia Civil a respeito de um Fiat Argo, semelhante ao usado no crime, que foi roubado de um motorista de aplicativo, no dia 13 de junho, na descida para a praia em frente ao Barramar. O proprietário foi ouvido e disse achar o carro dele muito parecido com o que aparece no vídeo do local do crime. Ele deu, ainda, características dos suspeitos do assalto e os retratos falados foram feitos pela perícia.

MAIS SOBRE O CRIME

Diogo foi assassinado no final da manhã de terça-feira (16), depois de sair de casa, na Rua Frei Antônio, Edifício San Gabriel, na Lagoa da Jansen. No momento que saía da garagem, o carro dele quase é atingido pelo Argo, cujo condutor desvia, evitando uma colisão. Nesse momento, teria dado uma buzinada forte, o que levou Diogo a sair em sua ‘perseguição’ por cerca de 200 metros, até o local do homicídio.

Mais adiante, o publicitário foi assassinado, assim que desceu do carro, e o motorista do Argo fugiu no sentido da Ponta d’Areia, segundo já apurado pela polícia.

Horas depois, a polícia, por meio de imagens das câmeras, chegou à placa do carro usado no crime. Com a identificação do automóvel, a Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) chegou até o jovem Ayrton Campos Pestana e o apontou como suspeito. Ao se apresentar, ainda na noite da terça-feira (16), na sede da SHPP, acompanhado de advogado, Ayrton negou o crime e a defesa informou que o carro, de placa PTJ-2844, havia sido clonado.

Na quinta-feira, com Ayrton já preso preventivamente no Centro de Triagem de Pedrinhas, o Icrim confirmou a versão apresentada por familiares e pelo advogado, de que o veículo do pai dele não era o mesmo que aparece no local do homicídio que vitimou Diogo.

Segundo o perito criminal e diretor do Icrim, Robson Mourão, foram analisados os vídeos com as imagens macroscópicas e microscópicas dos dois Argos, que estavam em locais diferentes, e o resultado foi que, mesmo tendo a mesma placa, eles são veículos de versões diferentes.

Após constatado o erro, o jovem foi solto, na noite de quinta-feira (18), e recebido por familiares na porta do presídio, com muita comemoração.

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