O Ministério da Defesa informou que há 1,8 milhão de comprimidos de cloroquina em estoque no Laboratório do Exército. O valor representa cerca de 18 vezes a produção anual do medicamento nos anos anteriores. Normalmente, a cloroquina é usada para combater a malária.
Além dessa quantia do medicamento em estoque, há um milhão de comprimidos que já foram direcionados ao Ministério da Saúde. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse que não há previsão produzir mais desse remédio.
— O laboratório químico produz cloroquina não por causa da Covid-19. Tem uma produção por causa da malária há muito tempo — afirmou Azevedo e Silva.
O Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu uma investigação, revelada pelo site “Repórter Brasil”, do gasto de R$ 1,5 milhão pelo Ministério da Defesa para ampliar a produção do medicamento.
O subprocurador-geral, Lucas Furtado, pede que seja apurada a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro na determinação de que aumentasse a produção do medicamento, sem que houvesse evidências científicas comprovando sua eficácia no tratamento da Covid-19. A defesa do uso da medicação para pacientes com coronavírus foi criticada por cientistas do Brasil e do mundo. A Organização Mundial de Saúde preconiza o uso do remédio nesses casos apenas em estudos.
O ministro classificou a potencial investigação como uma “especulação sem necessidade” e disse que a compra de cloroquina em pó foi feita conforme os requisitos legais. Segundo o ministério, o valor elevado se deve ao aumento do preço do insumo devido à pandemia global.