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Mulheres Cordelistas se unem contra o machismo

Apoiadores estão levantando a hastag #cordelsemmachismo em suas redes sociais

Fonte: Assessoria

Mulheres cordelistas de diversos Estados estão unidas numa mobilização contra o machismo que também se manifesta no universo do Cordel.

A nota de repúdio que abre a mobilização é assinada por dezenas de coletivos literários, em decorrência dos ataques nas redes sociais sofridos pela cordelista sergipana Izabel Nascimento, após o dia 27 de junho, quando ministrou uma palestra no III Encontro de Cordelistas da Paraíba e pontuou os fortes traços do machismo existentes no Cordel.

Como forma de responder às críticas de um grupo de homens poetas, as Mulheres Cordelistas se uniram e, acompanhadas da hastag #cordelsemmachismo, resolveram lutar.

Para Daniela Bento, do Coletivo Poetas de Resistência, de Poço Redondo (SE), “enquanto o machismo prevalecer no meio cordelístico e negar a importância dos feminismos, nenhum verso poderá falar de igualdade”.

Dessa maneira também pensa Julie Oliveira, cordelista cearense, quando afirma “é preciso abrir espaço de escuta ativa para as mulheres, pois, ao contrário do clichê de que ‘é preciso dar voz’, penso que é necessário uma escuta atenta e respeitosa, porque voz todas nós temos”. Ressalta ainda que “este movimento não é separatista, o que nos divide, e há tempos, é o que não se diz, são as violências várias, é o que acontece em bastidores com muitas mulheres e nunca se fala a respeito. Sabemos que o machismo não é exclusividade do cordel, óbvio, mas neste momento, estamos falando do lugar que estamos, e precisamos que nossa fala seja respeitada”.

“Quando uma mulher cordelista com 30 anos de história denuncia os traços do machismo no cordel e é atacada nas redes sociais, o recado está claro: o espaço ainda está restrito aos homens. Não sou a primeira mulher a sofrer com uma atitude machista por parte de um cordelista, as minhas dores são as dores de todas estas mulheres que estão de levantando num movimento que está dizendo basta!”, denuncia Izabel Nascimento.

Izabel Nascimento é presidente da Academia Sergipana de Cordel (ASC) e atua há mais de 30 anos como cordelista. A poeta protagoniza uma cena importante da representação e da resistência feminina no universo literário, mais especificamente no cordel.

Para aderir ao movimento, basta postar a hastag #cordelsemmachismo em suas redes sociais e assinar a nota disponível no link: http://chng.it/mhZDGqq7tg.

NOTA DE REPÚDIO CONTRA O MACHISMO NO CORDEL

Os Coletivos Literários que assinam esta nota manifestam o seu repúdio em decorrência dos ataques realizados nas redes sociais contra a cordelista sergipana Izabel Nascimento.

A poeta que atua há mais de 30 anos no cordel brasileiro e protagoniza uma cena importante em representação à escrita feminina neste gênero literário, está sendo atacada nas redes sociais, desde o último sábado, dia 27 de junho, quando em palestra no III Encontro Paraibano de Cordelistas denunciou os traços do machismo que também ocorre no universo da Literatura de Cordel.

As ofensivas estão ocorrendo nas redes sociais de poetas cordelistas, em publicação no Facebook, em grupos de WhatsApp, e reverberando em espaços virtuais onde alguns poetas cordelistas de Sergipe também atuam numa investida que argui a atuação de Izabel Nascimento no cordel sergipano enquanto Presidente da Academia Sergipana de Cordel (ASC).

Para nós, o protagonismo da mulher como objetivo principal das ações que Izabel Nascimento promove, causa forte insatisfação em um grupo de poetas cordelistas que não compreende a importância da igualdade de gênero que as mulheres reivindicam, não tolera os rumos de fortalecimento que o cordel feminino está construindo com participação ativa de Izabel e busca detê-la, afim de manter a visibilidade poética restrita ao espaço masculino privilegiado ao qual pertencem.

O Brasil é o 5º país no ranking mundial de violência contra mulheres. Quando a voz de uma mulher denuncia o machismo, não o faz de maneira isolada. É por este motivo que assinamos a presente nota que vem repudiar ações apontadas contra a Cordelista sergipana Izabel Nascimento, a quem afirmamos apoio irrestrito e nos somamos à sua caminhada nas lutas do universo literário em prol da atuação feminina

Registramos através desta nota que estamos atentas às expressões e atitudes desta natureza e que não toleraremos em nenhuma hipótese tais práticas.

Somos contra o machismo e todas as formas de opressão!

#cordelsemmachismo

Assinam esta nota:

ABarca Cultural – Campina Grande (PB)

Academia de Letras de Aracaju (SE)

Academia Gloriense de Letras-AGL – Nossa Senhora da Glória (SE)

Academia Sergipana de Cordel – ASC (SE)

Acervo Altino Alagoano de Mulheres Cordelistas – Casa das Trovadoras – Lisboa-Portugal

Articulação Semiárido – ASA (SE)

Associação Rendeiras da Vila (PB)

Bloco Marx, Que Delícia – São Paulo (SP)

Café Poético Sergipano – Aracaju (SE)

Canal Estilo & Literatura – São Paulo (SP)

Caravana do Cordel Carioca – Rio de Janeiro (RJ)

Casa do Cordel Mulheres Cordelistas – Petrolina (PE)

Centro Dom José Brandão de Castro – CDJBC (SE)

Cia. Drómos de Teatro (SP)

Coletivo Cordel de Mulher – Fortaleza (CE)

Correio Cultural Paraíba (PB)

Correio Cultural Roraima (RR)

Correio Cultural Sergipe (SE)

Clube de Leitura Floriterárias – Recife (PE)

Clube de Leitura Kasa de Alice -Salvador (BA)

Clube de Leitura Leia Mulheres – Campina Grande (PB)

Clube do Cordel – São José do Egito (PE)

Coletivo Intempestivas – Belo Horizonte (MG)

Coletivo Ler Mulher – São Paulo (SP)

Cordel das Rosas (PB/RN)

Clube de Leitura Leia Mulheres – Itabaiana (SE)

Clube de Leitura Leia Mulheres – Nossa Senhora da Glória (SE)

Coletivo de Artistas Socialistas – CAS – São Paulo (SP)

Coletivo de Mulheres As Letradas – Umbaúba (SE)

Coletivo de Mulheres do Sindicato dos Engenheiros de Sergipe (SE)

Coletivos Poetas da Resistência – Poço Redondo (SE)

Editora A Casa Verde – Porto Alegre (RS)

Editora Areia Dourada – São Paulo (SP)

Editora e Cordelaria Castro – Petrolina (PE)

Editora Coqueiro – Recife (PE)

Editora Luzeiro – São Paulo (SP)

Estação do Cordel – Natal (RN)

Feira Literária de Campina Grande (FLIC) – Campina Grande (PB)

FLIBO – Festa Literária de Boqueirão (PB)

FLIG – Festa Literária de Glória – Nossa Senhora da Glória (SE)

FLIMA – Mãe D’água (PB)

Flipocinhos – Festa Literária de Pocinhos(PB)

Fórum das Festas Literárias da Paraíba (PB)

Ganesha Produções – Fortaleza (CE)

Grupo Capoeira Luanda (PB)

Grupo Cultural Baque Virado da Borborema (PB)

Grupo de Teatro Raízes Nordestinas – Poço Redondo (SE)

GT mulheres da Asa – Nacional

Grupo Mulheres Resistentes – Caicó (RN)

Grupo Vocal Vivace – Aracaju (SE)

Grupo de Estudos dos Brinquedos Culturais Populares – Campina Grande (PB)

Iniciativa das Religiões Unidas – URI – Círculo de Cooperação Borborema Campina Grande (PB)

Livro Livre Curió (CE)

Movimento Literário Afrologia Tucuju – Macapá (AP)

Movimento Mulheres em Luta – Nacional (PB)

Movimento Vamos Juntas – Campina Grande (PB)

Mulherio das Letras Nacional – Natal (RN)

Mulherio das Letras (RS)

Mulherio das Letras Zila Mamede – Natal (RN)

Museu Casa do Sertão da UEFS – Feira de Santana (BA)

MMM/CG – Marcha Mundial das Mulheres / Núcleo: Maria do Céu – Campina Grande (PB)

Organização Mulheres no Cárcere – Campina Grande (PB)

Projeto Cidade Poema – Porto Alegre (RS)

Projeto Ser Tão Poeta – Petrolina (PE)

Projeto Trovadoras Itinerantes – Brasil-Europa

Revista Kuruma’tá – Rio de Janeiro (RJ)

Roda de Cordel – São Paulo (SP)

Rede Mnemosine de Mulheres Cordelistas, Cantadoras e Repentistas do Brasil e de Portugal – Fortaleza e Lisboa

Sarau das Minas (RS)

Sarau de Rua – Patos (PB)

Sarau do Coreto – Monte Alegre de Sergipe (SE)

Sarau das Minas – Porto Alegre (RS)

Sebo Letra N’ativa – Currais Novos (RN)

Ser Tão Mulher – Patos (PB)

Sociedade de Apoio Sócio Ambientalista e Cultural – SASAC (SE)

Tupynanquim Editora – Fortaleza (CE)

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