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Empresário do ramo aeroespacial fala das vantagens da exploração comercial no CLA

Em termos comparativos, o Centro Espacial de Alcântara possui características únicas como a localização privilegiada dos sítios disponíveis

Fonte: Aquiles Emir

Com o objetivo de debater o “Centro Espacial de Alcântara e os desafios da Indústria Espacial Brasileira”, a Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), por meio do Grupo de Trabalho – Pensar o Maranhão, coordenado pelo diretor Luiz Fernando Renner, promoveu, uma reunião on-line com o presidente da Visiona Tecnologia Espacial S/A, João Paulo Campos.

Para o presidente da Fiema, Edilson Baldez, o Centro Espacial de Alcântara é estratégico para o desenvolvimento do Maranhão. “Não podemos pensar no Estado deixando de lado ou excluindo a nossa Base de Alcântara ou excluindo o nosso Porto do Itaqui. Esse grupo de trabalho é aberto e visa contribuir com informações para promover o desenvolvimento do Maranhão e esse fórum de trabalho, busca exatamente dessa forma debater e construir isso”, ressaltou.

O presidente da Visiona, João Paulo Campos, apresentou a primeira empresa brasileira integradora de sistemas espaciais, resultante de uma iniciativa única do governo brasileiro de estimular a criação de uma empresa integradora na indústria espacial e detalhou como vê o impacto desse empreendimento para o Maranhão.

“Nós somos uma joint-venture entre a Telebras, empresa de economia mista do setor de telecomunicações, e a Embraer, empresa privada líder nos setores aeroespacial e de defesa, criada em 2012. Focada no espaço, até aqui não fazemos lançamentos, trabalhamos na criação de um satélite até a utilização de aplicativos, sendo uma das ações prioritárias para atender aos objetivos e às diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE) e da Estratégia Nacional de Defesa (END) e do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE)”.

A empresa é a responsável pelo programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, o SGDC, e é líder no mercado brasileiro de sensoriamento remoto orbital. Atualmente, a Visiona está desenvolvendo o VCUB, o primeiro nanossatélite nacional, com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2020.

O VCUB estará equipado com uma câmera de alta resolução e qualidade radiométrica voltada primariamente para os mercados agrícolas e de proteção ambiental. A missão permitirá o desenvolvimento e validação de tecnologias espaciais pela Visiona e seus parceiros, com destaque para os sistemas de navegação, guiagem e controle (AOCS), de supervisão de bordo (OBDH) e de rádio definido por software (SDR) concebidos pela Visiona, as principais lacunas tecnológicas da indústria espacial brasileira.

Kourou

João Paulo apresentou dados sobre o Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, que impacta positivamente com benefícios econômicos e sociais à cidade de Kourou e a população do território guianês.

“O PIB da Guiana é em torno de 4 bilhões de dólares. O PIB per capita da Guiana é provalvemente o mais alto da América do Sul. A base de Kourou é responsável por isso, 25% do PIB é em função da base. Eles não estão se referindo ao dinheiro colocado na Base em si, mas os impactos indiretos desse investimento. Durante os últimos 13 anos, de um total de 13 bilhões de compras, quase metade (50%) são para manutenção da base. O Maranhão, na minha visão, tem condições de recuperar sua infraestrutura e fazer a operação comercial da base. E o mais importante é que esse dinheiro fica na região”.

VANTAGENS

Em termos comparativos, o Centro Espacial de Alcântara possui características únicas como a localização privilegiada dos sítios disponíveis, a aproximadamente 2º18’ a sul do equador; proximidade do mar, o que possibilita lançamentos em órbitas polares e equatoriais; baixa densidade demográfica; ausência de incidência de terremotos e furacões; baixa densidade de tráfego aéreo; e localidade ideal para lançamentos sob demanda (responsive launches), entre outras.

Além do lançamento, um outro grande nicho de mercado na indústria aeroespacial são o desenvolvimento de softwares e aplicações.

Para o Coronel Aviador e Diretor do Centro Espacial de Alcântara (CEA), Marcello Corrêa, que participou da videoconferência, o chamamento público fará com que o Brasil inicie as atividades espaciais não-militares e torna-se a janela de acesso ao espaço no hemisfério sul. “Esse tema é de grande interesse para o CEA nesse momento em que estamos oferecendo o Centro para o lançamento não militar e estamos aguardando essa finalização em relação as empresas que operariam com a gente”.

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