Homenagem
O Dia do Produtor Rural será diferente nesse ano. Usando máscaras de proteção e seguindo as orientações dos órgãos de saúde, os homens e mulheres do campo adaptaram a forma de produzir, de comercializar, a maneira de interagir, de administrar, de conviver e de sobreviver nesse novo mundo que surgiu de uma hora pra outra.
Os relatos de mudanças e de adaptação à nova realidade estão por toda parte do país.
Para saber como estão enfrentando a pandemia e para homenageá-los, o Sistema CNA/Senar ouviu 54 produtores rurais dos 27 Estados e reuniu os relatos abaixo.
ACRE
Marcos Minori e Elândia Freitas
“Mantivemos nossa produção de leite com entrega aos laticínios três vezes por semana, mas agora seguindo todas as recomendações de prevenção ao coronavírus. Antes da pandemia, íamos semanalmente a Boa Vista, que fica a 60 km da propriedade, e também recebíamos visitas, inclusive a do técnico do Senar para o acompanhamento mensal. Agora, a assistência técnica e gerencial é realizada virtualmente. Além disso, restringimos as saídas somente quando for estritamente necessário”
Devani Ramiro Vieira da Silva
“Tivemos impactos nas vendas porque agora não podemos sair para vender com a mesma frequência que fazíamos antes da pandemia. Mesmo assim continuamos plantando com a esperança de que esse cenário vai melhorar em breve. A divulgação dos produtos no Whatsapp foi uma forma que encontramos para tentar diminuir a queda nas vendas”.
ALAGOAS
Erivania Martins Limas
“Agora estamos fazendo a venda online das hortaliças. Os clientes fazem os pedidos e nós entregamos. Alguns deles preferem vir buscar aqui na roça. Essa foi a saída que encontramos para continuar produzindo e nos sustentando. Antes trabalhávamos na feira daqui e de outros municípios, mas depois que as feiras foram fechadas, e não podemos mais sair, tem que ser dessa forma”.
Hélio Costa
“Inserimos novos hábitos de higienização na propriedade, como o uso de máscaras e álcool gel. Em relação à produção de leite não houve mudança. O laticínio continua coletando a mesma quantidade de leite que anteriormente. Registro o meu respeito a todos os clientes do setor agropecuário, pois sem eles nós não sobrevivemos e sem nós eles não vivem. Juntos vamos sair dessa situação“.
AMAPÁ
Amanda Cordeiro
“Foi bem difícil no início. Tivemos que priorizar algumas entregas. Mas fizemos divulgação, entregamos a domicílio e fizemos vendas na nossa propriedade também. Talvez algo mude na comercialização após a pandemia, o chamado delivery que nós adotamos também. Mas, no meu ponto de vista, no período pós-pandemia muitos produtores vão recomeçar, porque infelizmente muitos não estão tendo condições de manter todos os cultivos na propriedade”.
Marlene Conceição de Jesus
“No início da pandemia tivemos muitos problemas para vender nossos produtos, porque a gente dependia das feiras livres. Então decidimos divulgar nas redes sociais e fazer delivery, aí melhorou. Montamos uma tenda e mantemos o negócio em frente à nossa casa. A gente espera que depois da pandemia as coisas mudem, porque se continuar do jeito que está, o agricultor não vai conseguir produzir mais. Essa pandemia nos pegou de surpresa, e nos deixou de mãos atadas. Mas graças a Deus isso vai passar”.
AMAZONAS
Ademar Marinho Hortêncio
“Nós, produtores rurais, somos bravos e teimosos. Nossas terras sofrem inundação. São sete meses de várzea e cinco meses de terras firmes. No período da seca, temos que refazer tudo de novo. É por isso que digo que criamos aqui o boi “sanfona”. Na época da várzea, o boi engorda. Na época da terra firme, o boi emagrece. E agora ainda temos mais essa pandemia, mas vamos superar. Não paramos de trabalhar. Eu venho de gerações nessa atividade e continuo. Vejo que, unidos, nós temos força e, por isso, eu tento unir”
Dilermando Melo de Lima
“Mudou o dia a dia de todos nós. Para continuar produzindo, tivemos que introduzir na propriedade todas as recomendações dos órgãos de saúde, orientando os nossos colaboradores a usarem máscara, fazer higienização, evitar aglomerações e se manter na propriedade, evitando ir à cidade ou ir somente em casos excepcionais. Como trabalhamos com pecuária na atividade de recria e engorda, a venda dos animais não sofreu nenhuma mudança e a comercialização está transcorrendo normalmente”.
BAHIA
Gilvandira da Silva Carneiro
“Estamos produzindo com segurança para não faltar alimento na mesa dos brasileiros. Depois da pandemia, fazemos a limpeza e a desinfecção frequente na propriedade, usamos álcool em gel, máscaras e os funcionários mantêm distâncias seguras entre eles. Na comercialização, entregamos o produto de acordo com as normas de segurança previstas”.
Odacil Ranzi
“Adotamos a maioria das medidas recomendadas pelo governo e pela Organização Mundial de Saúde para nos protegermos do vírus, trabalhando com máscara e usando álcool em gel em todos os lugares possíveis da fazenda. Não tivemos nenhum caso de contaminação. Também restringimos a entrada do público externo. Com todos os protocolos adotados, a colheita e a logística ocorreram dentro da normalidade e já entregamos 90% da nossa produção. E não demitimos ninguém. Pelo contrário, contratamos mais cinco pessoas com carteira assinada. E seguimos contribuindo com a economia, gerando emprego e renda”.
CEARÁ
Victor de Melo Ribeiro
“Tivemos o grande receio da contaminação pela Covid19 das famílias que trabalham e residem na propriedade. Com o apoio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar, nós adotamos o convívio sem contato físico, mantendo a distância mínima, o uso de máscara, de higienização, evitando o contato com pessoas externas à fazenda”.
Inácio Parente
“Continuamos produzindo e abastecendo os supermercados, usando máscara e mantendo o distanciamento conforme orientação das autoridades sanitárias. Também recebemos a orientação da Assistência Técnica e Gerencial do Senar que distribuiu máscaras e álcool gel”.
DISTRITO FEDERAL
Vinícius Borges de Oliveira
“Com o fechamento dos restaurantes houve enorme queda no consumo de nossas mercadorias, pois o foco da chácara é produzir tomates tipo grape que atende um público específico. Para continuar a produção, tivemos que adaptar a mão de obra para que os funcionários trabalhassem em serviços individuais, além de higiene redobrada e uso de máscaras e luvas. Existe uma expectativa para o “pós-pandemia” uma vez que o comércio irá reabrir aos poucos. A economia estará muito abalada e isso gera um certo medo para venda final do produto e para a aquisição de insumos para novos plantios e manutenção dos já existentes. Estamos com uma caixinha de surpresas pela frente”.
Robério Silva de Paiva
“Com a chegada da pandemia, começamos a fazer delivery, bem diferente de antes, pois vendíamos nas feiras. Foram muitas adaptações e agora vemos que poderá ser uma oportunidade depois que a pandemia passar”.
ESPÍRITO SANTO
Letícia Dalmazo Melotti
“Há um ano produzo cafés especiais do tipo conilon. Trabalho com uma quantidade pequena, o que facilita o cumprimento das medidas de distanciamento social. Por causa da pandemia, a venda do café em pó da safra passada teve uma queda de 20% nos meses de março e abril e o preço dos insumos aumentou um pouco porque o adubo acompanha a variação do dólar. Mesmo assim, conseguimos atender os clientes, principalmente via Whatsapp, Instagram e Facebook. Hoje, a venda online é muito mais prática. Ainda não tenho uma conta comercial, mas vou fazer um levantamento dos meus clientes, montar uma lista de transmissão e vender ainda mais o meu produto de qualidade”.
Antônio Roberte Bourguignon
“A pandemia do coronavírus mudou todos os segmentos do país e o agro não foi diferente. Tivemos problemas com transporte e logística e aumento significativo nos custos de produção. Na maioria dos casos, o preço do produto não acompanhou o dos insumos, então tivemos que nos adaptar para continuar produzindo. Tentamos reduzir os custos com mão de obra, mas no Espírito Santo não se utiliza tanta mão de obra mecanizada. Acredito que teremos um antes e depois dessa pandemia, mas diante de toda a situação, o agro é um segmento que não pode e nem vai parar, pois estamos falando de alimento, uma necessidade do ser humano”.
GOIÁS
Divino Rodrigues da Cruz Junior
“Tive que me reinventar na pandemia. Vendia nas feiras que foram fechadas. Agora eu coloco os produtos no carro e entrego nas casas dos clientes duas vezes por semana. Para atender os clientes que querem algum produto que eu não produzo, eu compro na frutaria e também entrego. Essa foi uma oportunidade que surgiu no momento de crise. Mesmo com a reabertura das feiras, vou continuar fazendo as entregas”.
Rafael de Souza Carvalho, Mayara de Souza Carvalho e Michael Douglas dos Santo
“Nesse período, ampliamos a produção em função do aumento da demanda, pois boa parte do que é consumido no município vinha de outros lugares. Com isso entendemos que seria importante aumentar a nossa visibilidade, então criamos canais para a divulgação em grupos de whatsapp e nas redes sociais. Fazemos a entrega dos produtos, mas alguns clientes preferem fazer a retirada na horta, que é dentro da cidade, e possui espaço arejado. Daqui para a frente, acreditamos que a forma de consumo será ainda mais consciente”.
MARANHÃO
Emerson Vasconcelos Sobral
“Com a pandemia, tivemos o cuidado de não receber visitas aleatórias. Por alguns momentos fechamos a entrada da propriedade, sendo permitido somente a entrada do rapaz que pega o leite aqui para levar ao laticínio. Tomamos cuidado para lavar as mãos com mais frequência, usar álcool em gel e usar máscara. Também fizemos algumas divulgações por meios de aplicativos. Porém, creio que não vai mudar muito após a pandemia. Acredito que vamos continuar nos precavendo e tendo esses mesmos cuidados”.
Carlos Mário Santos Nunes
“Na propriedade não mudou graças à Assistência Técnica e Gerencial do Senar. A única coisa que mudou foi a maneira de receber os funcionários e os compradores, com todos os cuidados necessários para nossa proteção e das demais pessoas. A única forma de divulgação dos meus produtos é a boa qualidade. E também com o aprendizado que tivemos com os técnicos, soubemos baixar o valor dos produtos até um preço que não ficaria ruim nem para nós e nem para os consumidores. Acho que após a pandemia, as coisas vão mudar sim, pois tudo está mudando. Vamos estar preparados.”
MATO GROSSO
Antônio Brólio
“As mudanças que fizemos quando começou a pandemia foram nas negociações de compra de insumos e venda da produção. Estamos fazendo o máximo na forma virtual ou por telefone, evitando visitantes. Não vimos dificuldades em nos adaptar para enfrentar a pandemia e continuar produzindo alimentos. Já seguíamos protocolos de cuidados com a saúde dos colaboradores, mas melhoramos ainda mais a forma de higienização e proteção individual. Nossa fazenda é tecnificada e isso facilita trabalharmos isolados, diminuindo as chances de propagação da doença, caso tenhamos alguém contaminado. Se antes já éramos dependentes de tecnologia, daqui para frente seremos mais ainda, principalmente para as negociações, pois vimos que isso agiliza muito o nosso tempo”.
Ida Beatriz Machado de Miranda Sá
“A gestão teve que se adaptar com maior rapidez na pandemia. Tivemos que nos reestruturar de forma que respeitássemos rigorosamente os prazos. Serviços que tinham mais flexibilidade tiveram que ser executados com mais brevidade em decorrência do risco da matéria-prima ter alta de preços bem como não estar disponível no mercado na época de execução. Vacinação, controle de compras, permanência de colaboradores na propriedade, readequação de serviços, tudo foi afetado. Estamos muito zelosos no distanciamento dos colaboradores. Acredito que alguns mecanismos e canais de comercialização serão significativamente afetados. Um exemplo são os leilões que eram presenciais e agora, no formato virtual, haverá facilidade, agilidade e redução de investimento para executá-los. Isso é um grande atrativo. Acredito que o novo sistema de comercialização possibilitará que outros mercados e criadores sejam atingidos incrementando a pecuária para melhor”.
MATO GROSSO DO SUL
Olenzina Justina
“Quando começou essa coisa do coronavírus, minha filha mais velha veio morar comigo. Como a feira foi fechada, ela me disse: “Mãe, vamos fazer uma feira online”. Eu já tinha meus fregueses no município. Daí ela montou a feira, as pessoas começaram a passar seus pedidos, anotamos tudo em um caderno e, após a colheita, saímos às sextas-feiras para entregar. Não parei de produzir, de plantar e de vender. Não tive perdas dos meus produtos porque vendo bem. Só não está normal porque não tem como sair, mas de resto está tudo bem”.
Sebastião Rezende
“Fazemos a terminação de cordeiros em confinamento e, devido à pandemia, ocorreu o fechamento do comércio em Campo Grande e em São Paulo. Quanto à divulgação, não foi feito nada, pois não teríamos retorno algum, tendo em vista que o mercado em que atuamos, tanto aqui como fora do estado, estava totalmente parado. Não paramos a produção, porém, tivemos uma redução significativa. Acredito que terá uma mudança significativa após a pandemia. Temos que estar preparados para uma nova realidade, estando atentos a novas oportunidades e comércios que irão se abrir. Temos que nos organizar e nos preparar para uma possível ocorrência como essa que mudou todo e qualquer ritmo de produção”.
MINAS GERAIS
Edvaldo Lopo de Alkmin
“Apesar das diversas dificuldades, estou usando mais iniciativas e criatividade para enfrentar a pandemia. A diversificação tem sido necessária. Na condição de pequeno produtor, não está sendo fácil, porém, venho buscando orientações técnicas e investindo melhor para aumentar a minha produtividade, utilizando os recursos disponíveis e acessíveis. Apesar das incertezas, principalmente de fatores externos, em especial às políticas, vejo que o agro continuará sendo o pilar da sustentabilidade brasileira e agora, com mais força. Além do mercado interno, o mundo cada dia vai precisar de mais comida. Porém, é preciso que os pequenos produtores tenham acesso às exportações e que os consumidores não percam ainda mais seu poder aquisitivo”.
Moacyr Carvalho Ferreira
“Meus produtos eram vendidos em alguns comércios e de porta em porta. Diante dessa situação, tivemos que mudar a maneira de trabalhar. Um dia a minha esposa me filmou fazendo requeijão e divulgou nas redes sociais. Foi a sensação. Tudo vendido e com muitas encomendas. Foi a melhor ideia que surgiu diante da dificuldade. Hoje postamos, fazemos as reservas e, logo em seguida, as entregas num sistema delivery. Tivemos de adaptar as instalações. Acho que não tem volta esse sistema de vendas, pela comodidade dos clientes receberem em casa produtos de qualidade e frescos. Temos que entender que a normalidade de antigamente, de encher uma caixa de isopor com produtos perecíveis e sair na rua, não existe mais. Estou enviando produtos para várias cidades vizinhas e até para Belo Horizonte através de vendas online. A tendência, acredito eu, é permanecer assim”.
PARÁ
Antônio Vieira Caetano
“A pandemia não afetou diretamente a comercialização dos animas, porque na nossa região tem uma grande indústria de abate de bois. Mas tivemos que adotar algumas medidas de segurança para evitar o contágio da doença, como a contratação de mais funcionários para fazer revezamento semanal. Também tivemos que nos adaptar a esse novo momento tecnológico. Montei um escritório na fazenda e com a ajuda das minhas filhas estou utilizando a internet para emitir notas, as Guias de Trânsito Animal (GTA’s) e toda documentação necessária para a venda dos bois. Estou muito satisfeito com essa nova era tecnológica, acredito que é algo que veio para ficar”.
Cecília Pinheiro
“Aqui no Pará fomos os primeiros a receber o Selo Arte, que nos permitiu comercializar o queijo de búfala em todo o território nacional. Mas, com a pandemia, os custos com transporte aéreo ficaram muito altos e nossas vendas caíram. Tivemos algumas dificuldades com logística de entrega dos produtos também na capital, mas não houve falta de abastecimento do queijo, pois nos ajustamos às mudanças. Quanto aos funcionários, trouxemos suas famílias para não correr nenhum risco de contaminação. Hoje já atendemos vários consumidores por meio do Whatsapp. O comprador pede e entregamos, inclusive para outros estados. Porém, nesse momento não estamos entregando devido ao alto custo de envio. Antes da pandemia, para enviar 50 quilos de queijo para São Paulo custava R$ 200, atualmente está R$ 2.000, um absurdo”.
PARAÍBA
Eugênio Marcos Lira de Oliveira
“A nossa comercialização é direcionada à Alagoa Grande e municípios vizinhos. Mas devido ao risco de contaminação pelo coronavírus, tivemos que adotar algumas medidas e concentrar nossa força de venda apenas em Alagoa Grande. O resultado foi surpreendente, pois o município absorveu toda a nossa demanda. Nossa atividade se baseia no regime de agricultura familiar e contamos com o suporte de apenas dois colaboradores na operacionalização, comercialização e logística de distribuição dos ovos caipira. Então não foi necessária qualquer redução no quadro de colaboradores, nem adaptação na propriedade, que já contava com suporte sanitário e cuidados no manejo da atividade. Nesse período, com os aumentos consecutivos dos insumos para ração, fomos obrigados a redefinir os preços da tabela comercial. Acredito que teremos que aprender a conviver com essa pandemia, adotar novos conceitos, rotinas, condutas e levar a vida dentro de uma normalidade aceitável. O aumento da demanda pelas redes sociais, com entrega de produtos em domicílio, é um exemplo dessa mudança”.
Leandro Azevedo
“Quando iniciou a pandemia tivemos problemas para comercializar o camarão, porque as pessoas pararam de comprar, os hotéis e restaurantes fecharam, ninguém sabia o que ia acontecer. Quando as vendas retornaram, o preço do camarão ficou muito baixo, em seguida a ração aumentou, já foram quatro altas durante esse período. Perdemos muito financeiramente, de uma semana para a outra perdi 30% de receita. No início do isolamento, o camarão estava grande, pronto para ser comercializado e tivemos que readaptar o manejo. Apesar disso tudo, conseguimos cobrir os custos de produção. Já sentimos uma melhora nos preços do camarão, pois muitos comércios voltaram. Depois que tudo isso passar, as coisas vão mudar e precisamos acompanhar”.
PARANÁ
Tábata Stock
“Mesmo com a pandemia, as atividades produtivas continuam e estamos inclusive contratando mais funcionários. Estamos seguindo todos os cuidados para a preservação da saúde dos nossos funcionários e moradores. Disponibilizamos máscaras, álcool gel e inserimos novos hábitos, como a higienização das mãos a cada 30 minutos ainda que isso demore um pouco mais para finalizar a atividade e gere hora extra, pois acreditamos que a saúde vem em primeiro lugar”.
Lucimeri Screpecz Lisboa
“Antes da pandemia investimos em uma estufa de hidroponia para realizar o plantio de hortaliças e atender um cliente que iria distribuir os produtos em restaurantes da região. No entanto, uma semana antes da colheita, o cliente nos avisou que não teria como comprar a produção devido ao fechamento dos restaurantes. Tivemos que agir rapidamente, então desenvolvemos embalagens, códigos de barras e saímos em busca dos consumidores finais. Desde então, estamos trabalhando só com pedidos via Whatsapp e redes sociais. Poderia ser mais fácil se não fosse a pandemia, mas não foi por isso que a gente parou”.
PERNAMBUCO
Ailton dos Santos
“Com a pandemia, reforçamos a higienização do local de trabalho, usamos máscaras, álcool em gel, álcool líquido, sabonete líquido. Estamos adotando todos os protocolos segurança para evitar contaminação porque precisamos produzir para não faltar alimento na mesa do brasileiro”.
Produtor de uva em Petrolina
José Idílio
“Estou produzindo com segurança para não faltar alimentos para os brasileiros. Adotamos todas as recomendações de higienização e o distanciamento entre as pessoas, tanto na produção quanto na venda para a proteção de todos. Nossa área é aberta e ventilada o os funcionários ficam a uma distância de três metros e evitamos aglomerações para prevenir ao máximo os riscos de pegar a Covid-19”.
PIAUÍ
Produtor de tomate, feijão, milho, abóbora e frutas em Conceição do Canindé
Dario José de Sousa Silva
“Tivemos que evitar aglomeração, adaptar o distanciamento entre pessoas e exigir o uso de máscara e o álcool em gel. Não continuamos a forma de negociar do mesmo jeito. Com a mudança que teve por causa do coronavírus, fizemos algumas alterações. Ao invés do comprador vir até a plantação, enviamos foto dos produtos via Whatsapp. No entanto, estamos tendo problema na comercialização. Têm algumas restrições que estão atrapalhando o comércio, mas acredito que após a pandemia a agricultura volte a funcionar normalmente”.
Produtora de queijos e doces artesanais em Pio IX
Micaela de Carvalho Alencar Antão
“Eu produzo queijo de coalho artesanal de vaca e de cabra, também trabalho com o queijo branco e os temperados, linguiça suína e caprina, chouriço, doce e tijolo de gergelim e a manteiga da terra (manteiga ghee). Com a pandemia, tive que usar mais as redes sociais para conseguir vender toda a produção, mesmo sempre divulgando nos grupos e status do Whatsapp. As coisas não vão mais voltar ao que era antes, muitas vão até permanecer iguais, mas com certeza outras não. Acredito que cada vez mais as vendas serão online mesmo quando as coisas normalizarem”.
RIO DE JANEIRO
Produtor de hortaliças orgânicas em Petrópolis
Lindomar Silva De Melo
“Eu e minha família não paramos de produzir. Reforçamos a higienização do local de trabalho antes e depois do expediente, uso da mascaras, álcool em gel, distanciamento entre as pessoas e o não compartilhamento de ferramentas na produção. Na comercialização, usamos todos os protocolos necessários, como o distanciamento entre as barracas nas feiras. Também passamos a fazer entrega de cestas por delivery e um dos nossos clientes nos ajudou a fornecer nossos produtos para supermercados”.
Produtora de hortaliças em Rio das Flores
Sônia Maria da Cruz Santos
“Depois da chegada desta pandemia, adotamos as seguintes medidas de segurança: utilização de máscara e higienização do local de trabalho. Na comercialização, como não pude montar barraca, optei por fazer as entregas via delivery para a segurança de todos”.
RIO GRANDE DO NORTE
Produtora de bovinocultura de leite em Bom Jesus
Dafne Semires de Araújo Silva
“Infelizmente, aqui na fazenda, o que mudou foi o volume de leite produzido. No início da pandemia, a usina a qual forneço o leite cortou a quantidade a ser captada por eles. Após a pandemia, muitos consumidores irão atentar para a qualidade alimentar do produto. Aumentará muito o interesse em saber em que condições de higiene esse insumo está sendo produzido e isso é muito bom para que nós, que produzimos com qualidade, possamos ser mais valorizados no mercado. Tenho absoluta certeza que iremos melhorar e muito, principalmente aqueles que buscarem auxílio em assistência técnica e cursos (online), justamente porque é nas dificuldades que se cresce, e aqui na propriedade não vai ser diferente. Buscaremos produzir com mais qualidade ainda, melhoraremos nossa estrutura para um melhor conforto e, nesse ano, já investimos mais em pastagens e palma forrageira. Com isso, conseguiremos agregar um valor em qualidade ao nosso leite e teremos, com toda certeza, mais interesse por parte de outros laticínios que possam vir se instalar no nosso estado”.
Produtor de avicultura caipira em São Tomé
Alexandre Galvão
“Na nossa atividade não ocorreram grandes alterações, pois já trabalhamos desde o início de forma virtual. O que observamos de diferente foram novos clientes e na forma de entrega, pois não subimos mais nos apartamentos e nem nas residências. Também houve intensificação na higienização das embalagens e aumento do pagamento na forma digital. Como já seguimos as recomendações de higienização preconizadas pela assistência do Senar, não tivemos o que nos preocupar com relação a isso. A única mudança ocorrida foi não receber mais a visita de novos produtores que nos procuram em busca de orientações e para conhecer as nossas instalações. Cada vez mais vai se intensificar o comércio virtual, assim como sua forma de pagamento. O delivery vai ser bastante priorizado pois, além da comodidade, poupa tempo, dinheiro e é mais seguro”.
RIO GRANDE DO SUL
Produtor de kiwi e caqui em Farroupilha
Miguel Octacilio Silvestrin
“A pandemia trouxe uma nova realidade para todos, vivemos algo totalmente novo e incerto. Nossa produção é direcionada exclusivamente a uma única empresa, também pertencente à família, o que indiretamente colabora e facilita na execução de todos os cuidados necessários conforme orientações. Além disso, os funcionários que trabalham na lavoura são da mesma família e residem no local, saem da propriedade apenas o necessário para satisfazer suas necessidades e não mantém contato com pessoas de fora. Fornecedores de adubos e defensivos, quando visitam a propriedade, mantém o distanciamento e cuidados como máscara, álcool gel e, além disso, é mantida higienização constante do local. Os cuidados que já tínhamos antes agora são redobrados. Desde a manutenção e limpeza dos bins (caixas de madeira) onde armazenamos as frutas até a esterilização das mesmas. Nosso objetivo é produzir frutas de qualidade e, mais do que isso, levar segurança à mesa dos consumidores”.
Produtora de uva e vinho, pecuária de corte e agricultura em Dom Pedrito
Mariana Pötter Vieira
“A vinícola foi a que mais sofreu modificações porque além da produção de uvas e elaboração de vinhos, temos a parte de comercialização e serviços de enoturismo. Aumentamos as vendas por meio do e-commerce. Para isto, fortalecemos a divulgação das nossas vendas online, criamos produtos atrativos para o momento e alteramos a política de frete para facilitar os clientes, entre outras iniciativas. Por sermos uma indústria de alimentos, já estávamos acostumados a trabalhar adotando muitas medidas de higiene. Porém, após a pandemia, as medidas foram redobradas e estendidas para as áreas administrativas.
Acredito que esse comportamento “mais online” do consumidor continuará. Este tipo de venda oferece facilidades e comodidade. Na pecuária, de forma inédita, após 48 anos realizando nossos remates presenciais, faremos o 49º Remate Guatambu, Alvorada e Caty exclusivamente de forma virtual, a fim de evitar aglomerações”.
RONDÔNIA
Produtor de hortaliças e legumes em Vilhena
Alexsandro Gomes Rauber
“Meus pais cultivam pepino, berinjela, jiló, couve-flor, repolho, pimenta de cheiro, pimenta doce e milho verde há 22 anos. Eu nasci na roça, então estou na atividade há uns 14 anos. Nesse período de pandemia, vi muita coisa acontecer. Os custos com defensivos agrícolas e adubo, por exemplo, que são produzidos fora do estado, aumentaram. Antes, o saco do adubo custava R$92, depois subiu para R$112. Essa alta nos prejudicou porque o preço das verduras não acompanha. Também vimos a comercialização reduzir durante o isolamento social. A pandemia trouxe uma mudança, o aumento das vendas pela internet, pois mesmo quando tudo passar, as pessoas ainda terão medo de sair de casa e contrair o vírus”.
Produtora de pecuária de corte em Vilhena
Ana Carolina Barbosa
“Durante a quarentena vi o valor do milho e do mineral aumentar e da reposição animal também. Tivemos que antecipar o abate de alguns bois para conseguir um preço melhor, pagar as dívidas e continuar produzindo. A pandemia mudou a forma de comercializar os produtos, principalmente compra e venda de insumos. Como foi algo que aumentou muito, os produtores junto com cooperativas têm se ajudado, procurando preços melhores para ração dos animais. Isso é algo novo e eu espero que continue mesmo após a pandemia”.
RORAIMA
Produtor de grama esmeralda em Boa Vista
Almir Morais Sá
“Com a pandemia as pessoas estão passando mais tempo em casa e passaram a cuidar mais de suas residências. Nós não paramos e registramos um crescimento significativo de vendas de grama para paisagismo. Nesse período também decidi destinar uma área da propriedade para a agricultura irrigada de açaí e graviola, agora estamos na fase de plantio. Com esse novo projeto estamos gerando empregos durante a pandemia”.
Produtor de abacaxi e de leite em Cantá
Paulo César Ferreira de Araújo
“Com o acompanhamento técnico do Senar tive a oportunidade de realizar algumas adequações na propriedade, como a análise de solo, recuperação da pastagem e melhoria da parte gerencial. Para continuar a atividade agropecuária durante a pandemia, tomamos os cuidados quanto ao distanciamento social, disponibilização de utensílios individuais para os colaboradores e uso de máscaras e álcool em gel”.
SANTA CATARINA
Produtores de leite em Nova Itaberaba
Sabrina e Jian Magnanti
“Seguimos as orientações de segurança, como o uso de máscaras e álcool em gel. Mantemos o distanciamento físico recomendado e continuamos com a produção de leite em nossa propriedade. Sentimos um pouco a falta da visita do técnico da ATeG do Senar, que passou a nos atender virtualmente, pois com ele aqui ficamos mais tranquilos de que estamos fazendo a coisa certa. Mas, agora é necessário ser assim. Esperamos que o mundo reconheça o nosso valor. A produção de alimentos não pode parar e nós, produtores, não paramos e não vamos parar de produzir alimentos”.
Produtor de pecuária de corte em Guatambú
Elgídio Santa Catarina
“O trabalho na propriedade não teve mudança por causa da pandemia, pois é uma fazenda pequena e não temos funcionário fixo. Redobramos os cuidados ao ir para a cidade e a assistência técnica foi feita pelo celular. Acredito que as exportações de proteína animal irão aumentar devido à mudança de hábitos alimentares dos chineses em razão da pandemia”.
SÃO PAULO
Produtor de café em Torrinha
Carlos Alberto Suriano do Nascimento
“Desde os primeiros dias da pandemia minha mulher, meu filho e eu estamos na fazenda. Fizemos uma reunião com os funcionários para informá-los sobre o que é a Covid-19 e alertar sobre os riscos. Distribuímos álcool em gel, cestas básicas, mandamos fazer máscaras de proteção e restringimos o acesso à fazenda. Os funcionários foram aconselhados a sair o mínimo possível. Publicamos via whatsapp comunicados internos com as orientações gerais sobre o avanço da doença no Estado de São Paulo e no Brasil, os boletins da Prefeitura de Torrinha com o número de casos locais e a gravidade da doença”.
Produtor de pecuária de leite e de corte em Cruzeiro
Wander Bastos
“Logo no início da pandemia, reunimos nossos funcionários para informá-los sobre o perigo do coronavírus e a velocidade do contágio, orientando-os a ficar em casa e só ir à cidade quando extremamente necessário. Sempre que possível os levamos à cidade para que evitem o transporte público. Suspendemos as visitas na fazenda. Quando é necessária a manutenção realizada por prestadores de serviços exigimos todos os EPIs, como máscara e a higiene na chegada. Em parceria com o departamento de saúde do município, oferecemos a vacinação contra a gripe dos funcionários e seus familiares. Esperamos com essas medidas passar por período difícil que estamos vivendo”.
SERGIPE
Produtora de acerola em Canindé de São Francisco
Josevane Fernandes de Jesus
“Estamos conseguindo manter a produção porque trabalhamos em família: minha mãe, meus irmãos e eu. Estamos respeitando a quarentena, evitando sair e entregando a produção a um distribuidor que comercializa em Salvador. Como forma de adaptação a esse novo momento, reforçamos as medidas para garantir a nossa segurança e das pessoas que vão consumir os produtos, como a higienização de todos utensílios antes, durante e na etapa pós-produção. Também tomamos cuidado no armazenamento dos produtos. Além disso, a Assistência Técnica e Gerencial do Senar oferece suporte para melhorar o sistema de produção e a nossa renda”.
Produtor de leite em Graccho Cardoso
José Michel dos Santos
“Logo no início da pandemia, tivemos uma redução no preço pago ao produtor de leite, mas não paramos a produção e continuamos a distribuir o leite para laticínios, pois as vacas em lactação precisam ser ordenhadas todos os dias. Agora essa situação foi normalizada. Tivemos que nos adaptar à nova realidade, como o uso da máscara e reforço nos protocolos de higiene. Também estamos respeitando o distanciamento mínimo entre as pessoas e priorizando o uso de equipamentos de proteção individual. Acredito que daqui em diante as pessoas estarão mais precavidas e dispostas a seguir todos as normas de segurança”.
TOCANTINS
Milton Albuquerque dos Santos
“Estamos higienizando as ferramentas e equipamentos, o local de trabalho antes e depois do expediente e adotamos uso da máscara e álcool em gel. Também mantemos o distanciamento entre as pessoas e na comercialização também foram usados os mesmos protocolos para a segurança de todos”.
Produtor de leite em Pequizeiro do Tocantins
Welynton Rodrigues de Moraes
“Com a pandemia tivemos de tomar algumas precauções e medidas para não faltar o nosso produto na mesa do consumidor. Usamos o álcool em gel, sabão neutro e máscara. Só assim podemos combater a pandemia e logo voltarmos ao normal”.