O governo do Maranhão começou a realizar, nessa segunda-feira (27), testes para Covid-19, por meio do Inquérito Sorológico de Infecção por novo coronavírus. Os maranhenses estão sendo escolhidos via sorteio. Os exames serão feitos até o dia 10 de agosto deste ano, em 4.080 pessoas de 69 municípios.
O Inquérito é feito por meio de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a Universidade Federal do Maranhão (Ufma), que é a autora do projeto de pesquisa. O tipo de teste utilizado pelo governo do Estado é o sorológico, feito com uma amostra de sangue para detectar a presença de anticorpos para o coronavírus.
Ontem (27), a pesquisa amostral começou na região metropolitana de São Luís, e nas demais regiões do Maranhão, com previsão de término da coleta até o dia 10 de agosto, contemplando 19 regionais de saúde, segundo a SES. A pesquisa da Ufma foi desenhada para ser realizada em cidades de pequeno, médio e grande porte.
De acordo com Leia Márcia Melo da Costa, que é a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES, o inquérito contempla 120 setores censitários, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangem as 19 Regionais de Saúde do Maranhão.
“Em cada setor censitário terão que ser testadas e entrevistadas 34 pessoas. Foram utilizados métodos para que as casas sorteadas estejam dentro do padrão, ou seja, as casas são sorteadas, e em cada residência faremos outro sorteio, desta vez entre quais moradores do imóvel será submetido ao exame, lembrando que apenas uma pessoa por residência é sorteado e examinada”, informou Leia Melo, ao complementar que o setor censitário pode abranger mais de um bairro.
No total, serão feitos 4.080 testes de Covid-19, em 69 cidades selecionadas por extrato populacional, segundo Leia Melo. Somente na capital maranhense, são 22 setores censitários, sendo um deles a Vila Esperança, localizada na zona rural da cidade, às margens da BR-135. Outros setores censitários de São Luís são a Área Itaqui-Bacanga, Centro, Tirirical, Bequimão, Cidade Operária, Renascença, e Turu.
Na manhã de ontem, a casa do morador da Vila Esperança Sebastião dos Santos foi a primeira a ser visitada pela equipe do inquérito sorológico. Na residência, ‘seu’ Sebastião mora com a esposa e sua filha. Ele foi quem se submeteu ao teste. “É importante colaborar. Coletaram meu sangue e eu respondi perguntas sobre medidas protetivas que eu e minha família adotamos contra a Covid-19. Ninguém da minha casa ainda foi testado positivo com coronavírus”, informou Sebastião.
METODOLOGIA
A pesquisa de campo é realizada essencialmente por profissionais da Secretaria de Estado da Saúde, tanto da Vigilância Sanitária quanto da Atenção Básica, com suporte dos municípios. De acordo com Leia Melo, tanto na capital quanto no interior as equipes que realizam os testes são compostas, também, por voluntários da área de humanas, que passaram por treinamento.
As equipes são compostas por um entrevistador e um técnico de coleta, além de motoristas e supervisores regionais e estaduais, que estão devidamente identificados com coletes e crachás. Além da coleta, também é aplicado questionário em entrevista face a face, com a finalidade de estudar as estratégias de enfrentamento da pandemia, como o uso de máscara de proteção, estratégias de higiene das mãos e grau de distanciamento social.
RESULTADOS ESPERADOS
De acordo com Leia Melo, o inquérito sorológico está sendo feito para descobrir quantas pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus, e aquelas que estão expostas.
“Os resultados dirão o número de infectados. Também, será possível identificar a subnotificação, casos em que as pessoas foram infectadas, mas não tinham sido submetidas aos exames”, informou a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES.
Entre os demais objetivos do mapeamento estão: estimar o percentual de indivíduos com teste positivo que apresentam ou apresentaram infecções assintomáticas ou subclínicas, identificar os sintomas mais comumente relatados pelos indivíduos com anticorpos e estabelecer a extensão de acometimento nos municípios maranhenses segundo porte populacional.