A Sony Brasil anunciou que irá fechar em março de 2021 a fábrica de Manaus (AM), e que não vai mais vender TVs, câmeras digitais e produtos de áudio no Brasil em meados de 2021.
Segundo nota divulgada pela empresa, as demais operações do grupo, que envolvem games, soluções profissionais, música e cinema, continuam. A Sony Brasil também vai continuar com o suporte ao consumidor e irá manter a garantia dos produtos comercializados.
A empresa, que está há 48 anos no Brasil, afirma que a decisão se deve ao “recente ambiente do mercado” e visa fortalecer a estrutura e a sustentabilidade de seus negócios para ter uma resposta mais rápida às mudanças no ambiente externo.
A planta, localizada na Zona Franca de Manaus, produzia aparelhos de som, som automotivo, reprodutores DVD e BluRay, TVs, câmeras digitais, filmadoras, sistemas de home theater, o console de Playstation 3 e projetores de vídeo.
“Nós decidimos fechar a fábrica em Manaus ao final de março de 2021 e interromper, em meados de 2021, as vendas de produtos de consumo pela Sony Brasil, tais como TV, áudio e câmeras, considerando o ambiente recente de mercado e a tendência esperada para os negócios”, diz a nota.
O anúncio do fechamento da fábrica em Manaus acontece um dia antes do lançamento do novo modelo do PlayStation, um dos produtos mais vendidos da marca.
A empresa resolveu manter a venda dos consoles no Brasil. Segundo uma pesquisa realizada pela Gfk, dado as mudanças de comportamento causadas pela pandemia, a venda de consoles aumentou 57% entre os dias 20 de abril e 17 de agosto em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa, segundo a Euromonitor, é a líder na venda de consoles, e a permanência das vendas é vista como uma questão estratégica.
Os últimos anos, o grupo japonês veio perdendo terreno para as coreanas Samsung e LG por não conseguir adaptar seus produtos às tendências de mercado, principalmente voltados para conectividade, como aparelhos de som portátil com conexão via bluetooth e smart TVs.
Na avaliação de Fernando Baialuna, diretor da Gfk, o Brasil possui um mercado consumidor robusto e que valoriza produtos “premium”, jargão do mercado para itens mais sofisticados de maior valor agregado. A preferência, segundo o analista, ocorre em todas as classes sociais. A tendência, diz, é que a popularidade das coreanas continue crescendo entre brasileiros e que o desenvolvimento de produtos siga na direção de maior conectividade.