Arma usada na morte do garoto em São José de Ribamar pertence a policial militar reformado

Ocorrência foi registrada na tarde de terça-feira (13), na casa onde a vítima morava com a família

Fonte: Aidê Rocha

A Polícia Civil (PC) já está em posse da arma que teria sido usada na morte de João Pedro Moraes de Lima, de 12 anos, que foi encontrado sem vida com um tiro na cabeça, dentro de casa, no bairro do Moropóia, na cidade de São José de Ribamar, na tarde de terça-feira (13).

Segundo informações da PC, o objeto pertence a um policial militar reformado, que seria cunhado do pai da vítima. De acordo com o delegado-adjunto da delegacia do município, Paulo de Tarso, a arma foi entregue pelo próprio militar, que informou tê-la deixado na casa do cunhado, porque iria fazer uma viagem.

Ele também disse não ter retirado o objeto da cena do crime. “O militar informou que, quando chegou ao local, a arma não estava mais lá. Alguém já a teria retirado do local do fato, mas essa informação estamos examinando. Ele disse que um vizinho a entregou depois. Vamos ver tudo isso”, explicou Paulo de Tarso.

O militar poderá responder criminalmente por ter deixado a arma de sua propriedade em outro local, visto que emprestar ou ceder uma arma a terceiros não é permitido, conforme o delegado.

Sobre as linhas de investigação do caso, a Polícia Civil não descarta nenhuma possibilidade e está à espera dos laudos e resultados dos exames.

“Tudo está sendo considerado. Ainda não estamos satisfeitos com a versão dada. Esperamos os laudos para entendemos melhor o que aconteceu e depois poderemos chegar a uma conclusão. Estamos avaliando todo o caso, sob todos os aspectos e circunstâncias. Seria precipitado adiantar algo neste momento”, garantiu o delegado.

O sepultamento do adolescente ocorreu na tarde de ontem (14). Mais pessoas devem ser ouvidas nesta quinta-feira (15), entre vizinhos e familiares da vítima.

TIRO PODE TER SIDO ACIDENTAL

O Jornal Pequeno apurou que o garoto estava sozinho antes de ser encontrado sem vida. Relatos iniciais sobre o caso sugeriam que a vítima teria atirado contra sua própria cabeça, de forma acidental, com uma arma que estaria no guarda-roupas da casa.

Segundo informações do perito Jocélio, do Instituto de Criminalística (Icrim), que esteve na cena do crime, o disparo atingiu a parte superior da cabeça do adolescente, que estava deitado em um sofá no corredor da casa.

A arma usada não estava no local, também conforme o perito. “Uma situação muito estranha, principalmente pela localização da ferida. Nada está descartado. O corpo foi removido para o IML, onde assistimos à necropsia, e analisamos com o médico legista, a fim de chegarmos a um denominador comum. Nós temos uma tese que poderá ser confirmada com a conclusão dos exames”, explicou o perito.

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