A jornalista esportiva e apresentadora do Globo Esporte do Rio Grande do Sul, Alice Bastos Neves, a modelo Fernanda Motta, as apresentadoras Sabrina Parlatore e Ana Furtado, as atrizes Arlette Salles, Joanna Fonn e Patrícia Pillar: todas foram diagnosticadas com câncer de mama. Algumas se curaram, outras ainda estão em tratamento, como milhares de mulheres no Brasil.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de 66.280 novos casos em 2020. E conforme o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2018, o número de mortes pode chegar a 17.763: sendo 17.572 mulheres e 189 homens. Apenas as doenças do sistema circulatório matam mais mulheres que o câncer de mama no país.
A orientação é adotar medidas preventivas o ano inteiro. Durante o Outubro Rosa, ação global de conscientização para o controle do câncer de mama, é ressaltada a importância do autocuidado, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, que elevam a chance de cura para até 95%.
Causas e fatores de risco
A doença ocorre quando há a multiplicação desordenada de células da mama. Como há diferentes tipos de células anormais formando um tumor, a evolução pode ser rápida ou mais lenta. Há vários fatores considerados de risco para a doença, elencados neste quadro publicado na página do Inca.
Quem tem um ou mais dos fatores genéticos e hereditários é considerado uma pessoa com risco elevado para desenvolver a doença, mas isso não significa que necessariamente vai acontecer. De acordo com o Inca, o câncer de mama de histórico familiar corresponde de 5% a 10% do total de casos.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
O autoexame ajuda a mulher a conhecer o próprio corpo e identificar algo fora do normal. O indicado é realizá-lo uma vez por mês após a menstruação ou, para aquelas que não menstruam mais, na mesma data todos os meses. Na maioria das vezes, conforme o Inca, são percebidos os seguintes sinais:
- Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: principal manifestação da doença, presente em cerca de 90% dos casos;
- Deformações ou alterações no formato das mamas;
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
- Alterações ou feridas no bico do peito;
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
- Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.
Nem sempre alterações na pele, nos mamilos e a presença de nódulos são sinais de câncer de mama. Portanto, quem encontrar alguma destas situções deve procurar atendimento médico para obter o diagnóstico. Além do exame clínico das mamas, podem ser solicitados exames de imagem, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética.
A confirmação só ocorre com o laudo da biópsia feito por um patologista. Ele analisa o fragmento do nódulo ou da lesão suspeita extraído por punções por agulha ou por cirurgia.
O tratamento do câncer de mama depende do tipo de tumor e do estágio da doença. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo). Como já mencionado, quanto mais cedo houver o diagnóstico, as chances de cura são maiores. Quando há metástases, ou seja, outros órgãos são afetados, o objetivo é prolongar a sobrevida, com qualidade de vida para a paciente.
Como se prevenir
Cerca de um terço dos casos podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis. Uma alimentação adequada evita o sobrepeso e a obesidade, especialmente após a menopausa, já que a maior parte dos casos de câncer de mama – quatro em cada cinco – costuma ocorrer após os 50 anos.
Praticar alguma atividade física ajuda também a manter o peso corporal adequado e diminuir as chances de outros problemas causados pelo sedentarismo.
O Instituto destaca ainda que amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção contra o câncer. O não aleitamento promove a perda deste fator, o que é diferente de significar fator de risco.
Também não são recomendados o consumo de bebidas alcóolicas e o uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.
No caso das pacientes que não possuem sintomas, a orientação é realizar a mamografia anual a partir dos 40 anos e, a cada dois anos, se tiverem entre 50 e 69 anos. Quem tiver risco elevado de câncer de mama deve conversar sempre com o médico ou a médica ginecologista sobre os exames necessários para prevenção.