O Grupo de trabalho “Pensar o Maranhão”, da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), promoveu uma reunião virtual sobre o “Impacto da implantação do Porto Digital e sua ampliação aos segmentos da indústria criativa”. O encontro teve como palestrante o professor titular de engenharia de software do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Silvio Meira, cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R.) e presidente do Conselho Gestor do Porto Digital em Recife (PE), e idealizador do projeto.
Para São Luís, há uma proposta de instalação de uma iniciativa parecida no Centro Histórico para atender a indústria aeroespacial em virtude do Centro Espacial de Alcântara. Meira ressaltou que “o importante é traçar estratégias dentro do contexto e ver o que se pode fazer. Temos que trabalhar a longo prazo e transformar o possível em realizado. No caso de Recife tudo nasceu de um esforço da educação e da necessidade de ocupação de um espaço vazio!”, enfatizou.
Porto Digital é um dos principais parques tecnológicos e ambientes de inovação do Brasil e é um dos representantes da nova economia de Pernambuco. Sua localização – o centro histórico do Recife e nos bairros de Santo Amaro, Santo Antônio e São José, totalizando uma área de 171 hectares -, antes degradada e de pouca importância para a economia local, vem sendo requalificada de forma acelerada em termos urbanísticos, imobiliários e de recuperação do patrimônio histórico edificado desde a fundação do parque, em 2000.
PROJETO
O Porto Digital é um dos principais parques tecnológicos do Brasil sendo considerado três vezes (2007, 2011 e 2015) pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), o melhor parque tecnológico/habitat da inovação no país.
De acordo com Meira, a iniciativa começou com apenas duas empresas, mas já são 339, com mais de 11 mil pessoas empregadas (32% mulheres), com uma receita de R$ 2,35 bilhões registrada em 2019. Com vinte anos de idade, o Porto Digital tem números de Vale do Silício brasileiro: quase 12 000 empregos diretos e é responsável por 4% da arrecadação do imposto sobre serviços do Recife.
SUGESTÃO
Uma das sugestões apresentadas na reunião foi a criação de um cluster tecnológico que envolve toda a região nordeste, a exemplo do que acontece no Norte de Portugal e Espanha.” É uma experiência que envolve regiões e não só países e tem tido muito sucesso”, ressaltou o português e diretor do GPM (Grão Pará Multimodal), Nuno Martins.
Para o coordenador do “Pensar o Maranhão”, Luiz Fernando Renner a reunião foi positiva pelo trabalho apresentado pelo professor Meira. “Sabemos que essa foi uma experiência exitosa em Recife e que foi uma política pública de todos os envolvidos não apenas do Estado e isso é importante para traçar uma estratégia de longo prazo com objetivos comuns”, finalizou Renner.