Um trabalho preventivo e investigações minuciosas está sendo realizado pelas forças de segurança no Maranhão, com o objetivo de garantir que agências bancárias do estado não sejam alvos de ataques de quadrilhas especializadas.
Em 2020, o número de crimes dessa natureza, segundo dados do Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública – Regional Nordeste (CIISPR-NE), reduziu 16,7% no período de janeiro a setembro, se comparado ao ano passado no Maranhão.
Os últimos registros ocorreram no dia 17 de novembro e 2 de dezembro, em agências bancárias nas cidades de Codó e Olinda Nova do Maranhão, respectivamente. Em ambos os casos, os grupos não conseguiram levar nada.
Em Codó, a ação foi na modalidade conhecida como “sapatinho”, quando eles utilizam um funcionário do banco para chegar até o cofre sem levantar suspeitas. Na ocasião, o gerente da instituição teve a família feita refém e explosivo amarrado ao corpo pelos criminosos.
Já no município de Olinda Nova, o grupo, que chegou em motocicletas e bem armado, tentou explodir caixas eletrônicos do Bradesco, mas não obteve sucesso.
O alerta ligado e o reforço nas atividades pela polícia, conforme levantado pelo Jornal Pequeno, estão relacionados, principalmente aos inúmeros assaltantes de alta periculosidade que foram soltos pela justiça. Todos eles utilizam explosivos e armamento pesado, inclusive com potencial para derrubar helicópteros durante os crimes.
Entre os nomes estão os de Antônio Carlos da Silva Coelho, o “Carlinhos”; Rick Shenon Campelo Lopes, o “Magrinho”; e Lucas Baggio Reis Machado. Os três integram a mesma organização criminosa e respondem há vários processos criminais no estado por participação em roubos a instituições financeiras.
Lucas, que é apontado como uma das lideranças da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), na região de Timon, e o “Carlinhos”, estão cumprindo prisão domiciliar. No caso de Rick, não há informações sobre seu paradeiro.
Além disso, os dois roubos a bancos, ocorridos recentemente nas cidades de Criciúma/SC e Cametá/PA, onde quadrilhas, fortemente armadas, sitiaram os locais, usaram moradores como escudo e utilizaram de muita violência durante a ação conhecida como “Novo Cangaço”, também chamaram atenção e desencadearam ainda mais articulação dos órgãos de segurança.
OPERAÇÃO MARANHÃO SEGURO
A operação Maranhão Seguro foi criada especificamente para coibir as ações das organizações criminosas que visam ataques às instituições financeiras. As atividades são realizadas de forma ininterrupta, afirma a Polícia Civil.
Segundo o delegado-adjunto operacional da Delegacia Geral da Polícia Civil, Danilo Veras, é feito um mapeamento contínuo das regiões e cidades que podem ser alvos de ações dessas quadrilhas.
“Tanto a Polícia Civil quanto a Militar, com base nas informações, atuam nas localidades, seja com barreiras ou com patrulhamento urbano”, explicou.
Veras destaca, também, que o trabalho investigativo feito pela Polícia Civil, por meio do Departamento de Combate ao Roubo a Instituições Financeiras (DECRIF/SEIC), ao identificar e capturar os suspeitos de participação nos roubos a bancos, garante uma ação efetiva impedindo que osgrupos executem os ataques planejados.
Na cidade de Tuntum, por exemplo, foram localizados envolvidos e apreendidosexplosivos, armas de fogo e miguelitos, que é um apetrecho usado nos assaltos para furar pneus de veículos e impedir a perseguição da polícia. O material, conforme a polícia, seria utilizado para assaltar uma agência no município de Formosa da Serra Negra. Todos os presos já tinham passagens por roubos a banco na modalidade “Novo Cangaço” e “Sapatinho”, e também tinham mandados de prisão em aberto.
De acordo com informações da Polícia Civil, de 2018 até a última sexta-feira (5), foram presas 249 pessoas com condutas relacionadas a ataques a bancos no Maranhão.