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Obesidade e coronavírus: uma relação perigosa

Além de ser considerada um agravante para doenças crônicas, a obesidade está sendo cada vez mais associada a casos graves de Covid-19.

Fonte: Redação/Assessoria

A pandemia do novo coronavírus despertou inúmeras dúvidas em âmbito científico, sendo cada vez mais perceptível a preocupação com os integrantes de grupos de risco, como idosos, portadores de doenças crônicas e obesos. Segundo estudo brasileiro publicado na revista Obesity Research & Clinical, está comprovado que a obesidade pode elevar o risco de um paciente desenvolver uma forma mais grave de Covid-19. Sendo este um fator independente de idade, sexo, ou da associação com doenças como diabetes, hipertensão ou doença pulmonar.

Para a Dra. Sílvia Fonseca, infectologista do Hapvida Saúde, são vários os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da complicação, considerando desde a dificuldade no hospital, para entubamento, até a capacidade reduzida de expansão pulmonar.

“A capacidade pulmonar da pessoa obesa fica comprometida tanto pela inflamação que está acontecendo dentro do pulmão, como também pela dificuldade mecânica do pulmão se expandir, devido ao excesso de gordura no abdômen. Então um dos fatores que faz com que a obesidade atrapalhe no combate ao Covid-19 é a dificuldade ventilatória mecânica, causada pelo excesso de gordura na circunferência abdominal”, detalhou a infectologista.

Outro fator característico deste grupo de risco, considerado pelos profissionais da saúde, é a alteração da produção de anticorpos e a inflamação crônica que favorece o desenvolvimento da doença em pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 25, valor de identificação para indivíduos com sobrepeso.

“O estado de inflamação desencadeado pelo vírus somado à condição de inflamação crônica por causa da obesidade, faz com que a defesa do organismo fique bem atrapalhada, por isso as pessoas têm mais dificuldade em combater essa infecção”, enfatizou Dra. Sílvia.

Além disso, de acordo com a especialista, obesos também estão mais suscetíveis a complicações no tratamento de outras infecções, como por exemplo, o H1N1. “O sobrepeso também causa dificuldade para combater o H1N1 e outras formas de influenza. Em parte, por causa dessa dificuldade mecânica e até por conta das outras doenças que podem acompanhar a obesidade, como pressão alta ou diabetes, que também tornam muito mais difícil o combate a qualquer infecção”, concluiu.

COMO EVITAR A OBESIDADE?

De acordo com o Ministério da Saúde, a obesidade está presente em todas as faixas etárias e atinge pessoas de todos os grupos sociais nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, alcançando 650 milhões de pessoas em todo o mundo. O órgão afirma ainda que desde 1975, as taxas de obesidade quase triplicaram e resultaram em aumento de quase cinco vezes entre crianças e adolescentes.

Diante desta realidade, o professor do curso de nutrição da Estácio São Luís, Marcos Macedo, destacou os principais pontos para quem deseja evitar ou combater o sobrepeso. “Quando falamos do tratamento da obesidade, antes de pensar no tratamento alimentar, devemos pensar na prática de atividade física. Muitas pessoas gostam de condenar alimentos específicos, como refrigerante, margarina ou fast-food. Mas antes disso existe um mal muito maior que nós precisamos combater: o sedentarismo”, enfatizou.

O nutricionista alertou ainda sobre a importância do acompanhamento profissional para uma perda de peso saudável. “Uma vez que o indivíduo treina, o exercício em associação com a dieta pode ter um efeito muito mais promissor do que a dieta de forma isolada. Por isso a importância do profissional de educação física e do nutricionista nesse processo”, destaca.

Em modo geral, as principais dicas de alimentação para prevenir a obesidade envolvem:

• Consumir alimentos que têm menor densidade energética, ou seja, alimentos que naquela porção fornecem menos calorias;

• Fazer um consumo adequado de água, consumindo mais de 2L de água;

• Sempre incluir na alimentação frutas e vegetais, em pelo menos três ou quatro refeições do dia.

“Esta é uma boa maneira de manter um estado de saciedade e assim evitar com que eventualmente se faça uma refeição maior do que deveria”, explicou Marcos.

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