Em 2020, a Polícia Civil, por meio da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), solucionou 60% dos homicídios ocorridos na região metropolitana de São Luís, área que abrange, além da capital, as cidades de Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar.
Foram 342 casos de crimes violentos letais e intencionais, que são os latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e homicídios dolosos, incluindo os feminicídios, no ano passado. O número é superior ao de 2019, quando foram registrados 283 crimes dessa natureza.
Em entrevista ao Jornal Pequeno, o superintendente da SHPP, delegado Lúcio Reis, explicou que mesmo em um ano atípico, em razão da pandemia do novo coronavírus, a resposta da Polícia Civil ao aumento dos homicídios foi bastante efetiva. No que se refere aos crimes de feminicídios, por exemplo, todos foram solucionados. E no caso dos latrocínios, esse número chegou a quase 80% resolvidos, conforme o delegado.
“Os homicídios começaram a crescer no início da pandemia, no mês de março, após uma baixa nos meses de janeiro e março. Houve a diminuição de efetivo que teve que ser destacado para cobrir outras delegacias em que servidores foram afastados ou tiveram Covid, mas ainda assim conseguimos aumentar os números de prisões com relação ao ano de 2019”, frisou, destacando o cumprimento de 172 mandados de prisão preventiva e 13 prisões em flagrante realizadas pela SHPP.
O superintendente ressaltou, também, os 289 inquéritos instaurados, as 89 operações de interceptação e o cumprimento de 89 mandados de busca realizados na Grande Ilha pelo órgão e que refletem e os bons números de elucidações apresentados em 2020.
Nas cidades de Timon, Caxias e Imperatriz, locais em que existem Departamentos vinculados à SHPP, foram 239 inquéritos instaurados, 19 operações de interceptação, 39 prisões em flagrantes, 91 mandados de prisão cumpridos e 33 de busca domiciliar.
75% DOS CASOS TÊM LIGAÇÃO COM FACÇÕES CRIMINOSAS
Dos 342 crimes violentos letais e intencionais, 75% dos casos de homicídios têm ligações com as brigas entre facções criminosas, de acordo com as investigações da SHPP.
Para o titular da Superintendência, a disputa por territórios para venda de drogas entre grupos rivais tem sido um dos principais fatores das mortes de integrantes de organizações criminosas na região metropolitana.
“Houve também aqueles faccionados que vieram a óbito, após participação em outros crimes”, pontuou o delegado Lúcio Reis.
Vale lembrar que em um dos finais de semana mais violentos do ano passado quando, no mês de setembro, sete membros de facções foram assassinados. Uma das mortes, que ocorreu na tarde de um domingo, no calçadão da Avenida Litorânea, e chocou a população pela audácia dos autores, foi de João Francisco Araújo Moraes, de 27 anos. O crime foi solucionado no mesmo dia com a prisão dos autores.
MAIS DADOS
Os sábados e domingos têm se mantido, segundo as estatísticas apresentadas pela SHPP, como os dias nos quais mais ocorrem homicídios na Grande Ilha, marcando 16% e 17%, respectivamente. 93% das vítimas foram do sexo masculino e 7% do sexo feminino. A faixa etária com maior número de mortes foi de 18 a 24 anos, com 31%.
Os bairros com maiores índices de assassinatos são os que abrangem a região Leste (que começa no São Cristóvão, vai até São José de Ribamar e pega ainda uma parte de Paço do Lumiar) e Sul (área Itaqui-Bacanga e a zona rural de São Luís).