Enquanto o processo de vacinação dá seus primeiros passos no Brasil, o uso de máscaras continua sendo fundamental para a contenção e controle do coronavírus, principalmente com a chegada das novas variantes. Mas quais máscaras a população deve usar: as industriais, as caseiras ou ambas?
O questionamento feito acima gerou debate ao redor do mundo, mais especificamente quando autoridades francesas desaconselharam o uso de máscaras caseiras, geralmente feitas de tecido, por considerá-las inaptas na proteção das cepas da Covid-19 descobertas recentemente.
“A gente sabe que essas novas variantes são muito mais contagiosas do que as suas antecessoras. Mas a partícula viral infectante continua tendo o mesmo tamanho, porque ela continua sendo o coronavírus”, comenta Thaís Guimarães, da Subcomissão de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC) da Faculdade de Medicina da USP. De acordo com ela, as máscaras são e continuam eficazes, se usadas de forma correta.
Máscara protetora
Em entrevista ao Jornal da USP, Thaís explica que o Hospital das Clínicas recomenda o uso de máscaras cirúrgicas N95 para profissionais de saúde e as de tecido dupla face para o resto da população. O uso incorreto do item ainda continua sendo um dos principais fatores de propagação do vírus e a máscara deve estar bem adaptada ao rosto da pessoa, pois, se ela estiver frouxa, o nariz fica exposto, tornando seu uso ineficaz.
Há também o uso de protetores faciais (face shields), mas sua eficácia só acontece se o indivíduo estiver usando uma máscara em conjunto com o protetor. “A gente tem que ter a máscara de tecido embaixo, que é justamente para fazer a cobertura do nariz e da boca, que é por onde o vírus vai entrar”, conclui Thaís. De acordo com o tempo, após muitas lavagens, o tecido também pode perder sua trama, sendo necessária a troca por uma mais nova. A recomendação é que a máscara seja lavada diariamente, podendo ser usada novamente após estar seca.
