Formado só por mulheres, Tambor de Crioula Coroa de São Benedito celebra seis anos de atividade

Surgido na comunidade quilombola Santa Rita/Bequimão-MA, a manifestação cultural foi criada por Milene Cantanhede.

Fonte: Redação

Fundado em uma data simbólica, 08 de março de 2015, o Grupo de Tambor de Crioula Coroa de São Benedito é constituído apenas por mulheres. Surgido na comunidade quilombola Santa Rita/Bequimão-MA, a manifestação cultural foi criada por Milene Cantanhede, e celebra seis anos de atividade na data de hoje.

Tambor de Crioula Coroa de São Benedito é constituído apenas por mulheres (Foto: Divulgação)

Milene deu os primeiros passos no Tambor de Crioula aos 8 anos de idade, na comunidade quilombola Santa Rita, com seus pais e demais mestres da região, principalmente com os tambores de promessa – que eram mais comuns na época.

Quando completou seus 22 anos, teve a ideia de formar seu próprio grupo com suas amigas de infância. Por não conhecer nenhum grupo de tambor formado somente por mulheres, decidiu tomar a iniciativa. Hoje, Milene passa seus conhecimentos para as crianças e adolescente da comunidade.

O Tambor de Crioula Coroa de São Benedito já se apresentou no Projeto Bebê Quilombola em Bequimão/MA, nas Cidades de Pinheiro e Central, além de ter sido destaque no Projeto “Encontro de Grupos de Tambor de Crioula das Comunidades Quilombolas de Bequimão, em 2020. Projeto desenvolvido por meio da Lei Aldir Blanc Maranhão, realizado pelo Tambor de Crioula Brinquedo de São Benedito de São Luís/MA, coordenado por Adriano Andrade.

Mulheres em ação com o Tambor de Crioula Coroa de São Benedito (Foto: Divulgação)

O Tambor de Crioula

É uma dança de matriz africana praticada nos quilombos do Maranhão, e é perpetuada entre as gerações. Geralmente, ocorre em festas de aniversário, vitória no futebol, festa de preto velho, bumba-meu-boi ou na festa do santo padroeiro. É comumente dançado no período do carnaval, festas juninas e está sempre associado ao louvor a São Benedito.

A dança do Tambor de Crioula não requer ensaios, pois o modo de dançar é repassado pelas coreiras (mulheres que dançam o tambor) para as mais jovens dentro da roda. As mulheres se vestem com saias rodadas com estampas em cores vivas, anáguas largas com renda na borda e blusas rendadas e decotadas brancas ou de cor. Os homens trajam calça branca, chapéu de palha e camisa estampada.

A animação é feita com o canto puxado pelos homens e acompanhado pelas mulheres. Um homem puxa a toada de levantamento. Em seguida, o coro – que é seguido por três tambores: o tambor grande, o meião e o crivador – chama e mantém a roda de tambor viva, passando esse canto a compor o refrão para os improvisos que se sucederão.

As mulheres, além de dançarem e serem o destaque da roda, ajudam a entoar os cantos. Os temas, puxados livremente em toadas, remetem à louvação aos santos protetores, sátiras, homenagem às mulheres, desafio de cantadores, fatos do cotidiano e despedidas.

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