Na noite da última segunda-feira (19), cinco famílias que moram em um casarão em frente ao Largo do Carmo, na esquina da Rua Humberto de Campos, Centro Histórico de São Luís, passaram por um grande susto. No espaço em que uma delas reside, a parede caiu e derrubou parte do teto de um dos quartos. No momento da queda, felizmente, não havia ninguém no cômodo, onde sempre dormem duas crianças.
Conforme a vendedora autônomaDeuzimar Carvalho, a sorte foi que um forro de PVC amorteceu os destroços da parede e impediu que o prejuízo fosse ainda maior. O guarda-roupa e alguns outros móveis ficaram completamente destruídos.
“Já moramos aqui há quase 16 anos. A proprietária do imóvel morreu, era uma portuguesa; e, na época, ela nos permitiu ficar”, explicou Deuzimar, ressaltando que, há muitos anos, a Defesa Civil esteve no local, mas nada foi feito por eles nem por nenhum órgão.
O casarão é hoje habitado por quase 30 pessoas, entre crianças e adultos, que dividem o espaço como uma espécie de vila familiar. Por dentro do imóvel, as pessoas também convivem com uma tragédia anunciada. São diversas fissuras nas paredes, buracos no telhado, fiação exposta e até as vigas de sustentação já dão sinal de desgaste a olho nu.
“Nós gostaríamos de ficar aqui, e que o governo restaurasse e fizessem nossa moradia. Passamos por esse livramento e ninguém se feriu. Hoje, o que queremos é ir para um lugar seguro”, destacou a dona de casa Lidiane dos Santos.
Algumas famílias disseram à reportagem do Jornal Pequeno que aguardam o sorteio de um apartamento, no qual fizeram inscrição através da Prefeitura; entretanto, ainda não tiveram retorno sobre a situação.
O pedido das famílias, que seguem tendo que morar no casarão, é que os gestores prestem auxílio antes que algo pior ocorra.
GOVERNO DIZ BUSCAR SOLUÇÃO
O Jornal Pequeno entrou em contato com a assessoria do governo do Estado que, por meio de nota, informou que a Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid) está em contato com a Defesa Civil e a assistência social do município com o objetivo de encontrarem juntas soluções para o caso.
Além disso, foi dito que uma equipe técnica do setor Social da Secid esteve no local na quintafeira (22), e fez o atendimento inicial às famílias. “Averiguou-se, contudo, que o prédio é de propriedade particular. Nesse caso, a competência legal é da Prefeitura de São Luís”, diz trecho da nota.