Empresária do segmento de moda defende causas sociais e ganha destaque na pandemia

Tatiana Teixeira entende o seu papel na sociedade maranhense e não tem medo da concorrência.

Fonte: Luciene Vieira

Devido à Covid-19, a empresária Tatiana Teixeira, de 29 anos, que atua no segmento da moda em São Luís, não teve outra opção a não ser fazer propagandas e vendas de seus produtos e serviços nas redes sociais. Mas ela fez isso, considerando a pandemia, sem relegar seu papel social.

Em momentos de crise, a empresa Cabide Malharia, que existe há 35 anos, e funciona na Rua do Machado, no centro da capital do Maranhão, divulga no Instagram da marca outros negócios locais, que passam por dificuldades. É a humanização da empresária e o ativismo da empresa.

“Antigamente, realidade e publicidade estavam desvinculadas. Hoje, porém, o contexto é fundamental. Temos, também, que pensar o que podemos fazer pelo coletivo, e isso passa por mostrar nossos valores, assumir uma posição”, informou Tatiana.

De acordo com a sócia proprietária da Cabide Malharia, a loja é familiar, e funciona em um prédio da família de Tatiana, de dois andares. Na parte de baixo, estão as confecções prontas. No andar de cima, uma pequena fábrica que confecciona cada peça. São camisetas, roupas infantis e masculinas, e, quando encomendadas, roupas plus size. A maioria dos itens é feito de tecido 100% algodão.

Desde que a pandemia da Covid-19 afetou o fluxo de clientes na loja – a Cabide Malharia ficou com o prédio fechado por sete meses –, Tatiana estruturou o comércio eletrônico da loja para divulgação de produtos, promoção de vendas, e gerou maior interação com o consumidor. Tudo isso é realizado no Instagram da marca, que conta atualmente com mais de 7,5 mil seguidores.

Hoje, o ecommerce da empresa tende a ter taxa de conversão de vendas aproximada de 35%. “Antes do novo coronavírus, não havia venda virtual, apenas reservas de produtos que já fazíamos pelas redes sociais e pelo telefone, mas a retirada do produto tinha que ser aqui, na loja física. Agora, tudo pode ser on-line, e remoto, pois temos também o serviço de delivery”, informou Tatiana.

Um dos diferenciais da Cabide Malharia, segundo Tatiana, são as camisetas com algodão sustentável. As peças são produzidas com estampas regionais ou temáticas, como a nova coleção do Dia das Mães.

Segundo a jovem empresária, o primeiro semestre do ano é o de maior fluxo para a empresa, que sempre recebe encomendas de fardas escolares, e, também, nos meses de abril e maio, camisetas brancas e azuis, em alusão à Nossa Senhora, para pessoas que pagam promessas religiosas. E, entre junho e julho, as camisetas costumam ser vendidas, principalmente, para quem quer fazer aplicações de adereços juninos.

Tatiana informou que, mesmo com a Cabide Malharia fechada por sete meses, nenhum funcionário foi demitido. A empresa, segundo a empresária, tem dez colaboradores, uma parte formada por costureiras.

A empresária contou também que chegou a confeccionar máscaras. “Fomos a primeira empresa a confeccionar máscaras com logomarca, e, devido a isso, fiquei mais conhecida no mercado de malharia de São Luís. Eu obtive desta forma vários clientes empresários, alguns donos de restaurantes famosos na capital maranhense”, frisou Tatiana.

APOIO AO NEGÓCIO LOCAL 

Tatiana Teixeira informou que, antes da pandemia do novo coronavírus, muitas pessoas já a procuravam para tirar dúvidas de como empreender, uma espécie de consultoria gratuita oferecida pela jovem empresária. “Sou contra o pensamento da concorrência. Há espaço para todos de São Luís no ecossistema do empreendedorismo. Basta trabalhar direito e crescer”, afirmou Tatiana.

A empresária destacou que muitos negócios liderados por mulheres estão fechando as portas em São Luís. Na semana passada, segundo Tatiana, três empresas anunciavam o fechamento definitivo. Entre elas, uma loja de roupas jeans, que já existe há nove anos no mercado maranhense.

A sócia proprietária do Cabide Malharia informou ter criado uma “tag de nome” no Instagram para salva esta empresa. “Fizemos uma campanha para ajudar essa determinada loja de roupas jeans, que colocou várias peças com descontos de até 50%, conseguiu vender, pagar o aluguel atrasado, e fazer compra de novas mercadorias. Eu sempre digo: ‘compre do pequeno, compre local’. Mais do que apelos para estimular empreendedores locais, ações nesse sentido são hoje imperativas para a sobrevivência de uma grande parcela da população maranhense, e também para a economia do estado”, destacou Tatiana, ao citar a sensação de dever cumprido ao ter ajudado a loja de roupas jeans.

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