90% dos latrocínios na Grande Ilha em 2021 já foram solucionados, segundo a Polícia Civil

Em apenas um dos casos ainda não foi possível identificar a autoria.

Fonte: Aidê Rocha

Entre os meses de janeiro e abril de 2021, nove pessoas já morreram vítimas de latrocínios (roubos que resultam em morte) na região metropolitana de São Luís. Segundo dados da Polícia Civil, por meio da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), 90% dos casos já foram solucionados.

Em entrevista ao Jornal Pequeno, o delegado Felipe César, diretor do Departamento de Proteção à Pessoa da SHPP, responsável pelas investigações, relatou que em apenas um dos casos ainda não foi possível identificar a autoria. Trata-se da morte de Oziel Soares Conceição, ocorrida no bairro da Vila Luizão. Ele foi baleado por dois homens durante um assalto.

“Casos em que nós identificamos o autor, e que estamos trabalhando para concluir o inquérito e remeter ao Judiciário, são considerados elucidados. Com relação às prisões, oito pessoas já foram capturadas e dois adolescentes apreendidos por participação em latrocínios ocorridos este ano”, explicou Felipe César.

O último crime dessa natureza foi registrado no dia 26 de abril. Nielson da Silva Guimarães, de 22 anos, estava trabalhando em uma lanchonete, na Avenida 103, na Cidade Operária, quando foi surpreendido pelos suspeitos. O jovem foi baleado ao tentar fugir do roubo. A dupla envolvida está identificada, mas ainda não foi presa.

Situação semelhante ocorreu em Paço do Lumiar, em fevereiro. No local, três homens invadiram o estabelecimento comercial de Reginaldo Silva Ludovico, de 58 anos. Ele pegou um facão e, ao tentar reagir, acabou alvejado com um tiro no abdômen.

Dois dos suspeitos já tiveram seus mandados de prisão cumpridos. Um, identificado como Mizael Henrique Lago dos Santos, de 19 anos, foi preso no estado do Mato Grosso, no mês passado. Todos os suspeitos são membros de uma facção criminosa.

Conforme o delegado, dois desses nove latrocínios têm ligações com brigas entre organizações criminosas e acabaram vitimando pessoas que não tinham envolvimento com a criminalidade.

Antônio Carlos Pereira Sousa e Rondinele Serra Costa tiveram suas casas invadidas, roubadas e acabaram mortos pelos faccionados. O primeiro foi assassinado por integrantes do bonde dos 40 e o segundo por membros dos Neutros.

No dia 22 de abril, uma operação conseguiu prender três dos suspeitos que atiraram 17 vezes contra Rondinele. “Ele não tinha envolvimento com facção e era trabalhador. Queriam invadir para matar um faccionado rival, porém entraram na casa dele e quando não encontraram o alvo, acabaram o pegando e cometendo essa barbaridade contra ele”, destacou Felipe.

DOIS PRESOS POR MORTE DE TENENTE-CORONEL DA PM

Um latrocínio de grande repercussão na cidade foi o que vitimou o tenente-coronel da Polícia Militar, Ronilson Gomes Pinto, dia 28 de janeiro, na porta de sua própria casa, localizada na Rua três, do Residencial Pinheiros. O militar reagiu ao assalto, acabou atingido com pelo menos seis tiros e morreu na hora.

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Os suspeitos chegaram em um Peugeot cinza, abandonaram o carro e fugiram a pé levando a pistola da vítima, que até hoje não foi encontrada. Os três que participaram do assalto já foram identificados e dois estão custodiados na Penitenciária de Pedrinhas. Um foi preso no bairro da Cohab, no último dia 5 de abril.

Leonardo Matos Brandão, segundo as investigações, era quem dirigia o carro usado no dia do crime. O suspeito já responde por alguns roubos e seria o responsável por conseguir os carros e até armamentos para o cometimento dos mais diversos crimes cometidos pelo grupo.

AUMENTO DE 50%

Vale ressaltar que, no mesmo período em 2020, seis pessoas foram vítimas de crimes dessa natureza, o que implica em um aumento de 50% com relação a esse ano. Somente na capital maranhense, foram registrados cinco casos de latrocínios; em São José de Ribamar, três; e em Paço do Lumiar apenas um.

Para o delegado, o fator principal para essa crescente segue sendo a pandemia do novo coronavírus. “Ano passado, foi o primeiro start, agora diminuiu ainda mais as condições financeiras da população. Diminuindo, existiu um reflexo no aumento de roubos e consequentemente, infelizmente, nos números de latrocínios”, pontuou Felipe César.

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