Um filhote de macaco-caranguejeiro está sob os cuidados de uma veterinária na sua casa durante a noite após ser rejeitado pela família no zoológico de Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense.
Já durante o dia, no zoológico, Iuri, como foi apelidado pelos cuidadores, é mantido reservado em local com bichos de pelúcia, cobertores, leite especial e mamadeiras.
Desde que nasceu, em fevereiro, Iuri não foi bem recebido pelos irmãos e a convivência familiar ficou perigosa.
Por isso, a equipe responsável optou por isolá-lo, mas em razão dos cuidados intensos necessários, o grupo decidiu que Iuri passaria um período na residência da veterinária, Samara de Oliveira Freitas.
Segundo a bióloga responsável pela equipe, Marcia Regina Gonçalves Achutti, Iuri vem se desenvolvendo com saúde. Enquanto isso, a veterinária Samara de Oliveira Freitas cuida dele em casa durante à noite.
“Ele vem ficando comigo aqui em casa a noite para receber alimentação e cuidados. Ele vem só para eu poder cuidar durante a noite e madrugada. E durante o dia, ele retorna para o zoo para ficar em um ambiente todo preparado para ele. Quando ele ficar mais independente, vai ficar direto no zoo”, explica a veterinária Samara.
Em casa, a veterinária é responsável pela alimentação, que é dada de quatro em quatro horas, além da higienização e do processo de pesagem do animal. Samara conta que Iuri não chora muito e que a sua rotina teve que se moldar às necessidades do filhote.
“Mesmo que mude um pouco a rotina, é muito prazeroso cuidar desses bichinhos. Agora que ele já está um pouco maior, estou alimentando a cada quatro horas na mamadeira. Mas no início era a cada duas horas. Era um pouco mais puxado”, relembra Samara.
No zoológico, onde fica boa parte do dia, Iuri é mantido em um local com bichos de pelúcia, cobertores, leite especial e mamadeiras. Tudo isso serve para tentar simular os cuidados maternos e garantir a sobrevivência do filhote, segundo a equipe. Este processo deverá ser feito durante seis meses.
“Toda a equipe toma todos cuidados para não se apegar muito a ele e nem ele a gente, para não influenciar em um possível retorno para o recinto”, afirma Samara.
Processo de aproximação
A veterinária explica que o animal ainda mantém contato com os seus semelhantes e não fica totalmente isolado. Segundo ela, assim que o bebê se adaptar a alimentação sólida a reaproximação com os pais e os irmãos será feita.
“Esse um processo cheio de etapas e cuidados. Nos próximos meses será feita a adaptação de alimentação mais sólida e semelhante a dos adultos. A gente tem que fazer a reintrodução aos poucos para ele e para o grupo aceitar ele. Mas sempre avaliando os possíveis risco que ele possa sofrer”, conclui Samara.
Macaco-caranguejo
A bióloga explica que Iuri pertence a espécie Macaca fascicularis, popularmente conhecida como macaco-caranguejeiro ou macaco-de-cauda-longa.
Esses animais, segundo Márcia, são encontrados na Ásia, nas Filipinas, na Indochina, na Malásia e na Indonésia. A espécie vive em florestas primárias, secundárias, ribeirinhas e costeiras e mangue.
“Possuem coloração acinzentada; comprimento do corpo, não incluindo a cauda, é de 40 a 47 cm, com peso médio para o sexo masculino é de 4,8 a 7 kg; e 3 a 4 kg para o sexo feminino, aproximadamente 69% do peso do sexo masculino médio” afirma.
Esses animais vivem em grupos que podem ter até trinta membros. As fêmeas levam cerca de 165 dias gerando apenas um filhote.
Quando adultos, eles chegam a 47 centímetros de altura e podem pesar até sete quilos. Eles podem viver em cativeiro até 30 anos.