A Universidade de Oxford divulgou, nesta segunda-feira (28), um estudo sobre a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 que comprova os benefícios de um intervalo maior entre as doses do imunizante. Com um espaço de 45 semanas (11 meses), a resposta imunológica da vacina aumentou em até 18 vezes – a medida foi feita 28 dias após a aplicação do reforço.
A AstraZeneca fez parceria com a universidade para a produção do imunizante e o estudo, e diz que os resultados comprovam a eficácia da vacina mesmo com uma demora maior na aplicação. No Brasil, o intervalo recomendado entre as doses é de 12 semanas (três meses).
O levantamento mostra ainda que a aplicação de uma terceira dose pode ser benéfica: quando administrado cerca de seis meses após o reforço, a resposta imune pode ser aumentada em até seis vezes. A produção dos linfócitos T também é aumentada neste esquema, e a atividade neutralizante contra as variantes Alfa, Beta e Delta também é maior.
Apesar da melhora nos resultados, os pesquisadores não recomendam a aplicação da terceira dose neste momento, já que há poucas doses disponíveis na maioria dos países.
“Os dados da efetividade no mundo real mostram que essas vacinas têm um grande impacto contra a hospitalização. E há tantos países ao redor do mundo que ainda não aplicaram uma dose, então, no momento, acho que essas doses deveriam ir para esses países. Esse cenário pode mudar como vimos no inverno e talvez possamos ver que a eficácia desta vacina precisa de um impulso, mas no momento eu não acho que estamos vendo essa evidência”, explica a pesquisadora Teresa Lambe, da Universidade de Oxford, à Reuters.