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“Universidades são espaços de perpetuação machista e misógina”, afirma promotora

Violência nas Universidades foi o tema de um curso na Escola Superior do Ministério Público do Maranhão.

Fonte: Com informações do MPMA

“Pelo prisma da violência de gênero, as universidades ainda se apresentam como espaços de perpetuação de uma doutrina machista e misógina”. A afirmação é da promotora de justiça Karla Adriana Holanda Farias Vieira, que participou do curso “Violência nas Universidades”, promovido pelo Ministério Público do Maranhão, por meio de sua Escola Superior (ESMP), em parceria com o Centro de Apoio Operacional da Educação e a Universidade de Barcelona. O evento foi realizado na última terça-feira, 6, de forma virtual, e transmitida pelo canal do YouTube da ESMP.

A promotora lamentou os dados apresentados pela imprensa, que apontam a inexistência em 60% das universidades, numa amostragem de 100, de um protocolo de prevenção em casos de assédio e violência sexual, muito menos de proteção às vítimas ou de punição aos agressores.

A palestra do curso foi apresentada pelo professor Guillem Homet da Universidade de Barcelona. O foco da atividade foi a segurança e a garantia de direitos diante da crescente escalada da violência na sociedade. Múltiplos temas relativos ao fenômeno da violência em seus diversos aspectos e a tentativa de superá-la foram colocados em pauta no âmbito acadêmico.

O palestrante iniciou a sua exposição fazendo a distinção entre a agressividade animal e a violência humana: “Os animais não são violentos, são agressivos e o são por razões instintivas, para assegurar alimentação, territórios, garantir sua segurança, de suas fêmeas e proles. O homem, por sua vez, é mais complicado que isso. Elaborou a agressividade a transformando em violência, e a emprega, não por necessidades primárias, mas sim, por razões mais elaboradas, a serviço de suas necessidades mais complexas, como ser diminuído, por desejo de tomar algo de outrem, ou ainda, por necessidade de poder”, afirmou.

O coordenador do CAOp-Educação, promotor de justiça Eduardo Borges Oliveira, afirmou que a atividade inicia uma série de debates, pensados e construídos, a partir de uma articulação do Centro de Apoio da Escola Superior com entidades parceiras, como a Fundação Sousândrade, dentre outras. “Os nossos esforços visam superar o grave momento que vivemos e auxiliar o desenvolvimento da educação em nosso país”, completou.

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