O casarão 247 da Rua da Palma foi disponibilizado para adoção pelo projeto “Adote um Casarão”, um dos eixos de ação do programa Nosso Centro. O sobrado deverá ser destinado à promoção de atividades comerciais, educacionais, empreendedorismo, tecnologia, hotelaria ou locação habitacional.
Com área de 746,28 metros quadrados, o casarão está localizado no bairro de Desterro, que faz parte do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da cidade de São Luís, tombado e protegido nas esferas estadual, federal e mundial. O bairro segue então sob a proteção do Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Paisagístico do Maranhão (DPHAP), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Os interessados em adotar o casarão devem realizar a inscrição até o dia 17 de agosto com o envio da proposta de adoção.
O edital está disponível no site da Secid (www.secid.ma.gov.br), na aba Nosso Centro. As visitas ao casarão podem ser feitas às terças-feiras, das 14 às 17h, e às quintas-feiras, das 8 às 12h.
História
O casarão é um típico sobrado colonial cercado de características arquitetônicas e azulejar de influências portuguesas. Erguido entre o final do século XVIII e meados do século XIX, o sobrado traz consigo uma série de mistérios que circundam a sua história. De um lado, o seu enredo tece sobre o início da urbanização da cidade de São Luís, no qual o casarão abrigava um importante empreendimento do centro da cidade, onde eram comercializadas mercadorias de luxo trazidas nas grandes embarcações vindas de Lisboa, em Portugal.
Os relatos históricos apontam que o casarão se tornou ponto de referência para o comércio varejista de São Luís. O estilo dos sobrados acompanha a tendência arquitetônica da cidade, com estrutura construída em dois pavimentos: o primeiro alojava os serviços da casa e o segundo a intimidade dos seus moradores.
Em um outro ângulo da história, o sobrado surge sendo ocupado por uma família italiana, natural de Gênova, que possuía abundantes riquezas materiais. Apesar de sua atuação no comércio local, há relatos de que o casarão acomodou, por muito tempo, um esconderijo de tesouros transportados de Roma. Longe do que se imaginava, entre os tesouros guardados pelo casarão estavam ervas, temperos, especiarias, ingredientes frescos, vinhos e outros tipos de preparações, marca da cultura italiana. Pães, queijos, carnes de cabra, alcachofras e alho-poró também eram considerados preciosidades no período de urbanização da cidade.
Ao certo, não se tem registro do que realmente funcionou no casarão. O que se sabe é que o sobrado – que nasceu no momento de auge do ciclo econômico do algodão e do arroz no Maranhão – permaneceu ao longo de décadas em desuso até sediar a Delegacia de Costumes e Diversões Públicas.