Assaltos no João Paulo têm assustado quem trabalha ou reside no bairro

Num intervalo de cinco dias, duas grandes lojas foram alvos de criminosos, em plena luz do dia.

Fonte: Luciene Vieira

Duas grandes lojas foram assaltadas na Avenida São Marçal, no bairro do João Paulo, em São Luís, no intervalo de cinco dias. O primeiro caso ocorreu na sexta-feira (6), enquanto o segundo foi na quarta-feira (11). As duas situações aconteceram por volta das 13h, horário de almoço, e quando alguns comerciantes fecham os estabelecimentos, diminuindo o fluxo de pessoas na via, o que poderia ser algo que facilitaria as ações dos suspeitos, ao agirem nos locais que neste horário permanecem abertos.

Os fatos recentes de criminalidade na área deixaram assustados quem mora ou trabalha no João Paulo. Na sexta-feira (6), aproximadamente às 13h37, na Avenida São Marçal, a Liliane foi assaltada. Quatro suspeitos em um carro modelo Celta, cor prata, de placa MXW-1339 (placa adulterada), chegaram à loja e anunciaram o assalto. Teriam sido roubados celulares, notebooks e uma quantia em dinheiro.

Na quarta-feira (11), por volta das 13h18, também na Avenida São Marçal, a loja das Casas Bahia foi roubada. Dois homens armados levaram dois celulares e dinheiro; eles estariam em um carro HB20 Hacth, cor prata, sem placa.

Conforme informações obtidas pelo Jornal Pequeno, estas duas ocorrências foram registradas no Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), que acionou a Polícia Militar para enviar viaturas aos locais, mas nenhum suspeito foi localizado.

Já na noite dessa quinta-feira (12), por volta das 20h30, uma motocicleta foi furtada do estacionamento do Supermercado Mateus, no João Paulo. O veículo é uma Honda CG 150 Fan, cor prata e placa NXJ-2129 (São Luís-MA).

“Apesar de muito movimentada, não me recordo as últimas vezes que eu soube de assaltos a pessoas, só mesmo às duas lojas, que foram registrados recentemente. Estamos ao lado de um desses estabelecimentos, e ficamos apreensivos em passar por um susto semelhante”, disse o dono de uma loja ao lado da Liliane.

“Eu moro no João Paulo há 40 anos, aqui sempre ocorreram assaltos, seja com pedestres, em ônibus coletivo, na feira popular, ou em lojas. A polícia é atuante, mas há mais pessoas para praticar o crime, do que para combatê-lo”, opinou a feirante Maria de Jesus Freitas, de 45 anos.

“Há anos, numa quarta-feira, pois nunca esqueci aquele dia, um veículo Honda Fit parou junto à calçada, na Avenida São Marçal, onde eu tinha uma lanchonete, e do carro saltaram dois homens armados. Eles anunciaram o assalto e levaram tudo que eu tinha, um celular, relógio, cordão e dinheiro. Uma cliente ficou sem a bolsa com tudo o que tinha dentro: tablet, chave de casa, documentos e cartões de banco. Depois desse assalto, o quarto e último, eu resolvi fechar as portas de vez”, disse Fernando Carvalho, que mora no João Paulo, e hoje disse trabalhar com venda de salgados por encomenda.

PM DIZ QUE OCORRÊNCIAS PRECISAM SER REGISTRADAS

O comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar (9ºBPM), tenente-coronel Lélio Pinheiro Martins, disse que devem existir subnotificações de roubos e furtos no João Paulo, pois as vítimas não registram as ocorrências, na maioria dos casos.

Ele afirmou também que os dois assaltos citados nesta reportagem foram exceções no João Paulo. O tenente-coronel enfatizou que há policiamento a pé, e por meio de motocicletas e viaturas, na região.

De acordo com o tenente-coronel Martins, de forma ininterrupta, há uma viatura do 9ºBPM no retorno da Avenida São Marçal. “Temos um ponto base (PB), que somente fica sem uma viatura, quando a mesma está no atendimento de ocorrência. Uma viatura com dois policiais. A população pode acioná-los (os militares) a qualquer momento, que, imediatamente, sem precisar da autorização do Ciops, eles devem atender à ocorrência”, informou.

“Estou no comando do 9º BPM desde março deste ano. E, de lá para cá, somente houve estas duas ações ‘desconfortáveis’. Percebo que os dois crimes aconteceram no mesmo horário, quando pequenos comerciantes fecham seus estabelecimentos para o almoço, caindo o movimento na avenida. Isto, provavelmente, dá segurança aos suspeitos para agirem nas lojas maiores. De todo modo, toda ocorrência precisa ser registrada, para que entre na nossa estatística”, ressaltou Martins.

O comandante destacou ações da Polícia Militar na Rua Riachuelo, a partir do clamor da população por mais segurança na via. “A Rua Riachuelo fica atrás da Avenida São Marçal, e lá colocamos até policias a pé, que ficam do início da manhã ao início da noite fazendo monitoramento. Não recebemos registros documentos de ocorrências nesta rua, mas devido as reclamações dos moradores e comerciantes, aumentamos o trabalho ostensivo na via”, declarou.

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