Viúva de líder comunitário assassinado diz que era agredida por ele há nove anos

Wanderley Rodrigues foi morto dia 18 de julho, dentro de casa, em Imperatriz.

Fonte: Aidê Rocha

A viúva do líder comunitário Wanderley Rodrigues, assassinado a tiros no último dia 18 de julho, dentro de casa, na cidade de Imperatriz, por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais, disse que era agredida pelo companheiro há quase nove anos. O relato da mulher, identificada como Maria Rosineide, ocorreu dias depois que o autor da morte do marido, o soldado da Polícia Militar do Pará Danilo Barbosa, foi preso em cumprimento a mandado de prisão preventiva.

O militar é namorado de uma sobrinha de criação da esposa da vítima e também amigo de um dos filhos dela. No vídeo, a viúva relata uma série de agressões físicas e psicológicas sofridas por ela e pelos filhos durante todo o período do casamento.

“Nove anos sofrendo, comendo o pão que o diabo amassou e não podia dar parte. Ele sempre dizia que se fosse preso, quando saísse me matava ou matava meus filhos”, explicou.

No dia do crime, ela afirmou que foi agredida pelo marido devido a uma comida que não poderia ser esquentada, porque o fogão não estava funcionando. Depois, conforme Rosineide, ele também discutiu e bateu em um dos filhos dela.

A Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar ainda foi acionada duas vezes no local, mas, na ocasião, a viúva teria sofrido violência e dispensado o auxílio.

FILHO DA VIÚVA PEDIU AJUDA AO AMIGO PM

Depois de ficar sabendo de mais uma agressão sofrida pela mãe, o enteado da vítima, conforme a Polícia Civil, pediu que o amigo militar fosse até o local para prender ou tirar algum tipo de satisfação com o líder comunitário.

Em depoimento, o filho de Maria Rosineide alegou que a intenção não era matar o padrasto, e que o tiro disparo pelo soldado, que atravessou o portão atingindo a vítima, foi acidental.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Imperatriz continua investigando o caso, que pode ter mais pessoas envolvidas.

RELEMBRE O CRIME

O líder comunitário Wanderley Rodrigues, de 53 anos, foi assassinado dentro da própria casa, no Residencial Sebastião Regis. O suspeito chegou em um veículo vermelho, se aproximou do imóvel e iniciou os disparos, que atravessaram o portão atingindo a vítima.

Wanderley ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. Na época, o delegado Praxísteles Martins, titular da DHPP, informou que imagens de câmeras de segurança da localidade seriam analisadas para tentar chegar ao suspeito.

O autor do disparo que matou a vítima foi preso no dia 29 de julho. O soldado da Polícia Militar do Pará Danilo Barbosa foi localizado na cidade paraense de Rondon/PA. Ele foi recambiado para o Maranhão, onde foi interrogado na sede da DHPP em Imperatriz.

Após ser ouvido, passou por exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, foi levado ao quartel do 3º Batalhão da PMMA, onde permanece custodiado.

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