IMPERATRIZ – Nessa semana, a Polícia Civil, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), concluiu o inquérito do assassinato do médico Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, ocorrido dia 26 de julho, dentro de uma casa de festas. O crime gerou grande comoção no estado e foi flagrado pelas câmeras de segurança do local.
O policial militar Adonias Sadda Sousa Costa, que aparece atirando contra o jovem, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado. Em depoimento, ele chegou a alegar que o disparo foi acidental; mas, conforme a polícia, exames de corpo de delito rechaçaram a versão dada por ele.
O soldado está preso desde o dia seguinte ao homicídio, quando foi localizado por policiais militares do Serviço de Inteligência do 14º Batalhão da Polícia Militar (14º BPM) e investigadores da Polícia Civil, na casa de um advogado, no bairro do Bacuri, em Imperatriz.
Já o bacharel em Direito Ricardo Barbalho irá responder pelo crime de lesão corporal agravada pela morte da vítima. Entretanto, uma decisão da juíza Denise Pedrosa determinou a saída dele da Unidade Prisional de Ressocialização de Imperatriz, onde ele estava desde o último dia 9 de agosto, em cumprimento a mandado de prisão.
Ricardo, que é visto nas imagens levando o militar até a vítima e, ainda, empurrando o médico durante uma breve discussão antes do tiro, foi liberado mesmo sem o uso da tornozeleira eletrônica, conforme consta na decisão.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que não havia equipamento disponível, mas que, no dia 9 de setembro, ele se apresentará para colocá-lo.
EMPRESÁRIO NÃO FOI INDICIADO
O empresário e pecuarista Waldex Cardoso, que também havia sido preso, em cumprimento a mandado de prisão por participação na morte Bruno Calaça, não foi indiciado pela polícia. Conforme as investigações, contra Waldex não se obteve provas suficientes para relacioná-lo direta ou indiretamente ao crime.
“A princípio, havia a sugestão de que o pecuarista tivesse determinado aquele assassinato. No entanto, com as oitivas de todas as testemunhas, inclusive dos investigados, não foi possível determinar se houve uma ordem para aquela ação”, explicou o delegado Praxísteles Martins, titular da DHPP.
Nas imagens da câmera de segurança do estabelecimento o empresário conversa com o soldado da PM, Adonias Sadda Sousa Costa, e o bacharel em Direito, Ricardo Barbalho, antes de os dois últimos seguirem até a vítima.
ENTENDA O CRIME
O assassinato do médico Bruno Calaça ocorreu na casa de festas Dell Lagoa, na Avenida Beira-Rio, na cidade de Imperatriz. Entre os motivos para o crime estaria uma suposta tentativa de assédio, tendo como alvo a namorada de um irmão do médico assassinado. O tiro que matou Bruno foi efetuado pelo soldado da Polícia Militar do Maranhão Adonias Sadda Sousa Costa.
No local, estaria ocorrendo uma festa supostamente clandestina; que, momentos antes do homicídio, por duas vezes, já havia recebido a presença de uma guarnição na tentativa de encerrar as atividades. A morte do jovem foi flagrada pelas câmeras de segurança do próprio estabelecimento e viralizou nas redes sociais. Nas imagens, Bruno aparece sentado no palco, com alguns amigos e irmãos, até que é abordado pelo militar e outro homem. Antes de irem até a vítima, eles aparecem conversando e gesticulando, bem próximos. Os dois chegam perto do médico e, no vídeo, é possível ver que o homem fala algo e o empurra logo depois. Ele então se defende, e o soldado puxa a arma atirando à queima roupa, atingido o peito da vítima. Bruno Calaça fica alguns segundo de pé e depois cai, enquanto a dupla sai do local.