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Estudo mostra o Maranhão com o maior número de casos de câncer de pênis do mundo

Levantamento foi realizado com base em atendimentos nos hospitais Universitário Presidente Dutra, Aldenora Bello e Tarquínio Lopes Filho

Fonte: Luciene Vieira

De acordo com o médico urologista Sérgio Moura, por meio de um estudo da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), de 2018, foi constatado que o estado tem os maiores registros de câncer de pênis no mundo. Os dados são baseados em casos dos hospitais Universitário, Aldenora Belo e Geral Tarquínio Lopes Filho, tendo como referência os registros de 2004 a 2014. Foram detectados 392 casos da doença, sendo que mais de 90% tem relação direta com o HPV.

Para evitar o câncer de pênis, homens devem fazer a higiene regular de sua genitália e precisam ficar atentos a qualquer ferida na glande (Foto: Francisco Silva)

Segundo Sérgio Moura, a doença é mais comum em pacientes a partir dos 58 anos, porém, 20% dos doentes tem menos de 40 anos. “O câncer de pênis ocorre nas regiões mais pobres do Brasil. Os principais fatores de risco são a fimose e o HPV, além da falta de higiene. Outro sintoma que o homem precisa estar alerta é a presença de qualquer ferida na glande. Temos a fimose como um dos principais fatores de risco, pois, um paciente carente do interior do Maranhão costuma chegar à fase adulta com a fimose, sem fazer uma higienização adequada, e acaba tendo o tumor no local”, informou o médico.

Em 2020, segundo Sérgio Moura, o Maranhão continuava no ranking. “No ano passado, o estado continuava sendo o local com maior incidência de câncer no mundo, com 6.1 por 100 mil habitantes. Em países da Europa, o câncer de pênis é uma doença rara, incidência menor que um por 100 mil habitantes. Este é um problema grave em nosso estado”, frisou.

O urologista Sérgio Moura ressaltou que os casos de câncer de
pênis ocorrem, principalmente, nas regiões mais pobres do Brasil (Foto: Francisco Silva)

Os dados foram levantados por uma equipe formada por 12 pesquisadores entre acadêmicos, pós-graduandos e profissionais. São eles: Ronald Wagner Pereira Coelho, Jaqueline Diniz Pinho, Janise Silva Moreno, Dimitrius Vidal e Oliveira Garbis, Athiene Maniva Teixeira do Nascimento, Joyce Santos Lages, José Ribamar Rodrigues Calixto, Leandra Naira Zambelli Ramalho, Antônio Augusto Moura da Silva, Leudivan Ribeiro Nogueira, Laisson de Moura Feitoza e Gyl Eanes Barros Silva.

QUASE MIL AMPUTAÇÕES POR ANO NO BRASIL

Segundo o urologista Sérgio Moura, com base no Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil tem quase mil amputações de pênis por ano.

“O tratamento, na maioria dos casos, é cirúrgico. Existe um retardo muito grande entre o surgimento de uma pequena lesão no pênis e o paciente procurar um urologista, o que afeta o tratamento, levando a maioria das vezes a um processo cirúrgico de mutilação. O câncer de pênis tem uma evolução rápida, é uma doença devastadora”, ressaltou.

O médico informou que a melhor prevenção é a higiene. “Porém, são homens com pouco acesso à saúde, que vão pouco ao médico, e faltam campanhas que informem sobre a fimose, consequentemente, ocasionar o câncer. Temos também o HPV como fator de risco, mais de 60% dos casos de câncer de pênis estão associados ao HPV”, destacou Sérgio Moura.

As maiores taxas de incidência de pênis em áreas geográficas do mundo, por cem mil habitantes

Brasil, Maranhão – 6.1
Brasil, Goiânia – 3.3
USA, Montana – 2.8
Brasil, Aracaju – 2.7
Malawi, Blantyre – 2.7
Brasil, Cuiabá – 2.5
Uganda, Kyadondo County – 2.4
Colombia, Manizales – 2.4
India, Barshi – 2.2
Spain, Cuenca – 2.1
Brasil, Sao Paulo – 2.0
Thailand, Songkhla – 1.9
USA, Puerto Rico – 1.9
Chile, Regionof Antofagasta – 1.8
India, Chennai (Madras) – 1.8
Brazil, Fortaleza – 1.8

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