Estudante de medicina é acusado de abusar das irmãs

Duas primas também teriam sido abusadas pelo suspeito, de acordo com familares.

Fonte: Redação / Carla Rocha e Raphaela Ramos

Um estudante de medicina, de 22 anos, é suspeito de estuprar duas primas, uma delas hoje com 13 anos, e duas meninas de 9 e 3 anos, que são irmãs dele. A denúncia foi feita pelos próprios parentes à polícia. As vítimas já relataram os acontecimentos diretamente à Justiça, com o acompanhamento de psicólogos.

O suspeito, identificado como Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira, teria fugido para o exterior, e o advogado que representa as vítimas afirmou que o Ministério Público vai pedir a prisão preventiva do estudante. Um comunicado internacional de buscas deve ser feito à Polícia Federal.

A madrasta de Marcos Vitor e a irmã dela, mães das crianças, já o tratam como foragido.

Quando Marcos Vitor tinha apenas 8 anos, o pai dele foi viver com P.L. (que pediu para não ter o nome identificado). O casal de classe média, que mora na Zona Leste de Teresina, teve duas filhas, que teriam sido vítimas do irmão. A família acredita que os abusos tenham começado quando ele era adolescente, mas ninguém nunca percebeu nada. Nos depoimentos feitos no tribunal, as crianças contaram que ele se trancava com elas no quarto e tocava nelas.

Marcos Vitor se mudou para Manaus há cerca de dois anos, para cursar medicina. Os relatos começaram a ser expostos à família em julho deste ano, depois que uma prima contou ter sofrido abusos dele. A filha da advogada Priscila Karine Coelho Campos, irmã da madrasta de Marcos Vitor, faz tratamento psicológico desde os 6 anos, teve mudanças de comportamento e chegou a tentar suicídio. Hoje com 13 anos, a adolescente contou o que havia acontecido.

— A menina tomava antidepressivo desde pequena, vivia triste, calada. E ninguém entendia por quê. É uma monstruosidade. A partir daí, a madrasta dele começou a desconfiar que o mesmo poderia ter acontecido com as filhas. Ela perguntou a ele que confessou o crime, mas desde então não foi mais visto — diz o advogado Rodrigo Araújo, que trabalha como assistente do Ministério Público no caso.

O pai de Marcos Vitor é empresário e, depois que o escândalo teve início, ele e P.L. se separaram. A madrasta acredita que o pai venha defendendo o rapaz, que ainda não compareceu para depor na Polícia Civil do estado. As crianças foram ouvidas na Justiça para que não tenham que ser submetidas duas vezes a um depoimento extremamente traumatizante.

— Ele sempre foi criado como filho, ia em viagens da família. Quando ele passou para medicina em Manaus, minha família organizou tudo para ele ir. Depois que minha sobrinha contou o que ele fazia, minha mãe disse para ficar de olho nas minhas filhas. Questionei minha filha de 9 anos, mas pensei “ele não faria isso com a própria irmã”. Sempre morou junto, ninguém via nada de diferente. Ela me confirmou, chorando. Depois minha filha de 3 anos também confirmou — conta a madrasta.

De acordo com Araújo e com a madrasta, Marcos Vitor confessou o crime por meio de mensagens trocadas com ela por aplicativo de celular.

Desde então, Marcos Vitor está em local ignorado. As mensagens foram entregues aos investigadores. Procurado pela reportagem, seu advogado afirmou não poder comentar sobre o caso, pois tramita em segredo de justiça.

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