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Preço de passagens no transporte alternativo em São Luís dispara após greve

Além do reajuste nas tarifas, donos de vans e “carrinhos” criaram novas rotas para garantir mais passageiros.

Fonte: Aidê Rocha

SÃO LUÍS – Com mais um dia sem ônibus na capital maranhense, devido à greve dos rodoviários, iniciada na última quinta-feira (21), quem tem lucrado bastante são os responsáveis pelo transporte alternativo. A demanda aumentou, os valores subiram e novas rotas foram criadas para que carrinhos de lotação e vans pudessem garantir mais passageiros.

No Anel Viário, nas primeiras horas dessa terça-feira (26), muita gente buscava um meio para conseguir chegar ao trabalho e em seus compromissos. Mototaxistas, carrinhos de lotação e algumas vans faziam filas no local, já conhecido pelo fluxo grande do transporte alternativo. Desta vez, destinos como Ponta do Farol, São Francisco e Renascença, eram comuns. A passagem para todos os trechos, entre novos e antigos, não saíam por menos de R$ 5.

Antes, por exemplo, para sair da área Itaqui-Bacanga e chegar ao Anel Viário, passageiros pagavam R$ 3,50. O valor também aumentou para quem opta por pegar um mototaxista. Quem antes pagava R$ 10 ou R$ 12, não consegue por menos que R$ 15.

A cuidadora de idosos Maria das Graças lamentou a situação, enquanto aguardava uma van para conseguir chegar ao serviço, localizado no bairro do Recanto dos Vinhais. “Do Gapara, onde moro, para a Vila Embratel pago R$ 3,50. De lá pra cá, são mais R$ 5 e depois outros R$ 5. Mais de R$ 13 só para chegar ao serviço e ainda atrasada. Eu só pego ônibus e gasto duas passagens por dia. No primeiro dia e no domingo de greve, eu não fui, então já são quatro dias nessa luta”, explicou.

Situação semelhante tem passado o vendedor Edilson Reis, residente no Anjo da Guarda, que durante esses dias afirmou estar tendo que se virar para não faltar ao trabalho, no bairro do São Francisco. “Está muito difícil ter que tirar o dinheiro da comida e até que seria para quitar uma conta, para ter que pagar um carrinho ou uma moto. Isso precisa ser resolvido logo”, pontuou.

SEM ACORDO

Uma reunião, a quarta desde o começo da greve, entre rodoviários e empresários, nessa segunda-feira (25), ocorreu na sede da Prefeitura de São Luís, por mais de seis horas e acabou sem acordo. A proposta de 2% de reajuste salarial apresentada foi considerada vergonhosa e recusada pela categoria que se reuniu em frente ao local.

“Estamos de portas abertas para negociar, mas que seja uma proposta decente para essa categoria tão sofrida e merecedora”, destacou o   presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, Marcelo Brito

Com isso, São Luís amanheceu pelo sexto dia consecutivo sem ônibus nas ruas. Os rodoviários seguem descumprindo as duas decisões dos desembargadores do Trabalho, Ilka Esdra Silva Araújo e Francisco José de Carvalho Neto, que determinaram, respectivamente, nos dias 20 e 21, o retorno ao trabalho dos empregados do transporte público da capital maranhense, a fim de que fosse garantida a circulação de 90% da frota. A multa diária estabelecida foi de R$ 50 mil aos sindicatos.

Na ocasião da última negociação, o prefeito Eduardo Braide propôs um auxílio emergencial para o setor. A criação do Cartão Cidadão estabelece passagem gratuita para quem perdeu o empreso durante a pandemia do coronavírus e contribuirá na injeção de recursos para o sistema público de transporte, evitando o reajuste da tarifa e possibilitando o retorno imediato das atividades.

Passou de 13 para 10% reajuste salarial pedido pelos rodoviários

Em entrevista ao Jornal Pequeno, o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, Marcelo Brito, disse que durante a reunião mediada pela Prefeitura o reajuste inicial, que seria de 13%, caiu para 10%, mas, ainda assim, nada mudou.

“O pedido que era de 13% baixamos para 10. O ticket de R$ 800 para 750. Já o pedido da jornada de trabalho de seis horas, inclusão de mais um dependente no plano de saúde e concessão do auxílio creche para filhos pequenos dos funcionários, permanecem sem alteração”, frisou.

Ainda de acordo com Marcelo, os rodoviários só retornarão ao trabalho depois que tiverem suas demandas atendidas de forma justa pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SET). “Sabemos que existe a liminar, já conversei com a categoria, mas há uma revolta. São dois anos sem reajuste mesmo trabalhando sem parar”.

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