A população de São Luís se prepara para o segundo fim de semana sem transporte coletivo. Nesta sexta-feira (29) completam nove dias de greve, mesmo período que foi emitida uma determinação do TRT-MA para que fosse garantido um percentual de 90% da frota de ônibus para atender a população. No entanto, essa decisão continua sendo ignorada, apesar da multa de R$ 50 mil para cada dia de descumprimento.
Diante do quadro de descumprimento da ordem judicial e não observância do que reza o contrato de concessão das linhas de ônibus, empresários do comércio da área central de São Luís fizeram nesta quinta-feira (28) um protesto com fechamento de suas lojas por duas horas. Eles pedem que a Justiça faça cumprir sua determinação.
Alguns comerciantes temem ficar sem caixa até mesmo para cumprir obrigações,como salários, impostos, luz, energia, fornecedores etc.
Segundo o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL), Fábio Ribeiro, a situação é preocupante não apenas para as empresas, mas à população como um todo. Ele lembrou que até mesmo vacinação contra covid-19 está sendo prejudicada, e isto coloca a sociedade em risco.
Não bastasse a necessidade de imunização, muitas pessoas estão sendo impedidas de frequentar alguns ambientes por não terem como comprovar que estão vacinadas.
A Prefeitura informa apenas que mantém a proposta de um auxílio emergencial para ser usado por desempregados para pagamento de passagens, e não está disposta a conceder reajuste de passagens para compensar despesas com acordos trabalhistas.
Enquanto os ônibus são mantidos nas garagens, quem precisa sair de casa paga alto preço pelo deslocamento no transporte alternativo, e passa por constrangimento ao recorrer a caronas, carrocerias de caminhões e camionetas, bicicleta e até a pé.
A situação é mais crítica para trabalhadores autônomos, pois a cada dia sem trabalho é mais tempo sem nenhum tipo de renda, já que precisa se deslocar e contar com o deslocamento de clientes.
Reivindicações
Entre outros itens, os trabalhadores reivindicam 13% de reajuste salarial; jornada de trabalho de seis horas, ticket alimentação no valor de R$ 800,00; manutenção do plano de saúde e a inclusão de um dependente e a concessão do auxílio creche, para trabalhadores com filhos pequenos.
Os patrões, diante da paralisação dos ônibus na Grande São Luís, que já está no nono, apresentaram uma proposta de 2% de reajuste salarial, prontamente recusada pelos trabalhadores.