Alunos do Centro de Ensino Santa Teresa, com idade entre 13 a 17 anos, receberam nessa sexta-feira (19) informações sobre a prevenção à violência contra a mulher. Por meio da 5ª Semana Estadual de Combate ao Feminicídio, a advogada Mylena Porto, que integra Departamento de Feminicídio da Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP), visitou a escola e conversou com os estudantes.
A palestra foi sobre ações preventivas, identificação dos tipos mais comuns de violência, situações de agressão e possíveis agressores. A 5ª edição da Semana tem este ano o tema “Pelo direito de existir”.
“Por meio das palestras, fazemos o trabalho de conscientização. Eu hoje (ontem) vou apresentar dados quantitativos, e faço uma abordagem sobre a ‘naturalização’ da violência contra a mulher”, declarou Mylena Porto.
A diretora do colégio Santa Teresa, a professora Ana Regina, frisou a importância da palestra aos seus alunos. “O feminicídio não é algo que acontece de uma hora para outra. Há sinais. O que espero da palestra é que a Mylena Porto consiga trazer a consciência e capacidade para que os jovens possam analisar os sinais, e pedir ajuda”, disse Ana Regina.
A Semana Estadual de Combate ao Feminicídio do ano passado ocorreu de 13 a 24 de novembro e teve como tema “Essa dor também é minha!”. Um dos pontos altos da campanha foi a realização de uma caminhada na Avenida Litorânea, no dia 16.
O ponto de partida do evento foi um ato simbólico, realizado ao lado do Forte de Santo Antônio, na Península, em homenagem às vítimas de feminicídio. De acordo com os dados do Departamento de Feminicídio, até o dia 12 deste mês, em todo o estado do Maranhão, tinham sido registrados 45 casos de feminicídio. Seis ocorreram na região da Grande São Luís.
Segundo o Departamento de Feminicídio, em comparação com os anos de 2019 e 2020, os números são inferiores, mas que ainda assim é necessário continuar com o trabalhando de prevenção e educação. Segundo a Polícia Civil, em 2020 houve 65 registros de feminicídio em todo o estado.
De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), de 2017 a 2019, foram 141 casos de feminicídio, no Maranhão. Deste total, nove casos ocorreram em São Luís, dois em São José de Ribamar e sete nas demais áreas da Região Grande Ilha.
Mylena informou que na maioria dos casos a vítima é negra, ou tem 18 a 29 anos de idade. Segundo a advogada, o volume maior de registros costuma ser no período da noite, com a utilização de arma de fogo ou arma branca, e em 45% dos casos as vítimas não teriam tomado nenhuma atitude, como procurar a polícia, em relação às agressões mais graves.