AIDS já atingiu mais de 22 mil maranhenses e avança entre os jovens

Doença já matou, segundo o Ministério da Saúde, mais de 349 mil brasileiros.

Fonte: Luciene Vieira

Desde o início da epidemia de Aids no Maranhão, em 1985, até junho de 2021, foram registrados 22.226 casos da doença, sendo 62,5% no sexo masculino (13.891 casos) e 37,5% no feminino (8.335 casos).A faixa etária em que o HIV mais acomete é a dos 25 a 44 anos, que corresponde a 58% (6514 casos) dos casos registrados de 2014 a outubro de 2021. A informação é da diretora do Hospital Presidente Vargas, Leyna Melo Lima, com base em dados do governo do Estado.

Houve aumento gradativo em duas faixas, as que compreendem os jovens de 15 a 34 anos, e pessoas acima dos 55 anos. O Brasil deve cumprir duas metas definidas pela ONU para derrotar de vez a pandemia. Uma delas é a eliminação, até 2030, de casos da doença que já matou, segundo o Ministério da Saúde, mais de 349 mil brasileiros até 2019. A outra meta, definida no começo de junho deste ano, é a de cinco anos antes, ou seja, 2025, 95% da população esteja ciente de seu status sorológico, sob tratamento antirretroviral, e com a carga viral zerada.

O Maranhão oferece de forma gratuita os medicamentos que combatem o vírus, mas as principais dificuldades, segundo Leyna, são a falta de diagnóstico.

De acordo com a diretora do Hospital Presidente Vargas – a unidade de saúde é referência para o diagnóstico e tratamento de HIV e Aids – neste ano 377 pessoas foram diagnosticadas, apenas no Presidente Vargas.

O hospital realiza atualmente o tratamento de 5.449 pacientes com a doença. Dos 22.226 casos de AIDS, registrados de 1985 até junho deste ano, 62,5% são do sexo masculino (13.891 casos) e 37,5% do feminino (8.335 casos).

Com relação aos municípios, a taxa média de detecção entre os anos de 2015 a 2020, com base na taxa média estadual (19/100.000hab), é de 45,1 para Paço do Lumiar; 39,8 para São Luís (39,8); 38,1 para São José de Ribamar; 35,1 para Codó, 32,1 para Santa Helena; 30 para Bacabal, 23,8 para Pinheiro; 22 para Imperatriz; 23,4 para Cururupu (23,4); e 21,4 para Caxias.

O HIV passou a ser de notificação compulsória em junho de 2014, com a homologação da portaria Nº 1.271 de 2014, diferentemente da Aids que já é de notificação compulsória desde 1985.

No Maranhão, de 2014 a outubro de 2021 foram notificados no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan), da base da Secretaria de Estado da Saúde (SES) cerca de 11.232 casos de HIV.

As cinco regiões de saúde que mais registraram HIV por residência foram a região metropolitana de São Luís (3985 casos), seguidos pela região de Pinheiro (1123 casos), Imperatriz (944 casos), Codó (787 casos), e Caxias (552 casos).

A faixa etária em que o HIV mais acomete é dos 25 a 44 anos, que corresponde a 58% (6514 casos) dos casos registrados de 2014 a outubro de 2021. O sexo mais acometido é o masculino com 60,5% (6794 casos) dos casos de HIV nessa série de 2014 a 10/2020 e 39.5% no sexo feminino (4438 casos).

DEZEMBRO VERMELHO

Referência no tratamento de HIV/Aids no Maranhão, o Hospital Presidente Vargas realizou a distribuição de preservativos masculino e feminino, na Praça Deodoro. A ação faz parte da Campanha Dezembro Vermelho na unidade.

Com o tema “Vamos combinar? O rolê não pode parar”, a campanha chama atenção para a prevenção ao HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

“Nosso objetivo é destacar a importância da conscientização e da sensibilização em relação à prevenção das DSTs/Aids, bem como a preocupação que nós estamos tendo notadamente neste ano com a pouca ênfase que está sendo dada às mídias referentes à prevenção. Existe uma preocupação com a alta no número de casos, principalmente na faixa etária entre os jovens”, destacou Leyna Lima, diretora geral do Presidente Vargas.

Ao longo do mês, estarão sendo realizadas atividades nos ambulatórios da unidade, ações que já são realizadas durante todo o ano, mas que são intensificadas no mês de dezembro por conta da campanha.

Além disso, as equipes do Hospital Presidente Vargas estarão em outras unidades de saúde dialogando com os profissionais de saúde para expor a importância do debate envolvendo as ISTs/ Aids.

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