Os casos de gripe da variante H3N2 já são muitos no Brasil e podem ter consequências sérias, em especial em um momento no qual se aproxima as festas de fim de ano, quando as famílias costumam se reunir e muitas pessoas viajam.
Embora a pandemia de Covid-19 tenha hoje um cenário melhor no país, é preciso também não esquecer que o coronavírus segue sendo uma ameaça e que é muito difícil diferenciar os sintomas das duas doenças. A dica dos especialistas é adotar os menos cuidados que já vem sendo indicados desde 2020 para evitar a contaminação: usar máscara, higienizar as mãos de forma constante e evitar aglomerações de pessoas.
De acordo com a infectologista Monique Lírio, o H3N2 é um subtipo do vírus Influenza. Ela aponta que não é o H3N2 que está na vacina de gripe atual, que protege contra o H1N1, outro subtipo do vírus.
“É possível que a vacina atual confira uma imunidade cruzada, de moderada a baixa, e isso explica que mesmo que foi vacinado pode ter quadros de gripe por esta cepa, mas os não vacinados têm mais probabilidade de se infectar e ter quadros mais graves, além de poderem se infectar por outras variantes, como a H1N1”, detalha.
Embora a gripe tenha uma letalidade menor do que a Covid-19, o vírus pode causar casos graves, especialmente em grupos de risco, como crianças, idosos, gestantes e indivíduos que têm problemas de saúde.
Gripe e Covid-19
Na maioria dos casos, os sintomas de Covid-19 são semelhantes aos apresentados em gripes e resfriados, o que pode gerar certa confusão.
O infectologista Matheus Todt, destaca que as diferenças entre as duas doenças podem ser bem sutis. “A infecção respiratória causada pelo novo coronavírus provoca sintomas como febre, tosse seca, fadiga e dificuldade em respirar. Entretanto, em alguns casos outros sintomas podem aparecer, como dor de garganta, perda do olfato e paladar e diarreia. A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, e costuma apresentar sintomas como a tosse, febre, congestão nasal, coriza, dor de garganta, dor de cabeça, fadiga e dor muscular. A maioria dos sintomas melhora depois de três a cinco dias”, aponta.
Monique Lírio também salienta que, em relação ao quadro clínico, a Influenza, em geral, ocasiona um quadro muito agudo, súbito, enquanto a Covid geralmente começa de maneira mais lenta e a febre costuma ser mais tardia.
“Entretanto, não é possível confirmar se é um ou outro apenas pelos sintomas. Além disso, existem outros vírus que causam sintomas respiratórios que estão circulando. Então, em caso de síndrome gripal, é importante buscar um serviço de saúde. Primeiro, porque é preciso excluir a Covid-19”, opina a médica.
Ela salienta que, na rede privada, existe a possibilidade de um exame chamado Painel Viral, que identifica diversos vírus respiratórios e, na rede pública, existem alguns testes rápidos que podem apontar se a pessoa está com Influenza ou com Covid.
Prevenção
Os cuidados contra a Influenza são os mesmos que os que se deve ter em relação a outros vírus respiratórios, enfatiza Monique.
“A prevenção ocorre da mesma maneira, com distanciamento físico entre as pessoas, uso de máscara e higiene das mãos. As entidades sanitárias também têm apontado que o afrouxamento das medidas restritivas nos últimos meses é um dos fatores que contribuíram para que é esse surto de gripe ocorresse, então é preciso retomar os cuidados e tomar as vacinas tanto para a gripe, quanto para a Covid”, reforça.