No Natal é importante lembrarmos que em toda a sua vida Jesus sempre esteve ao lado dos pobres, oprimidos, excluídos, descartados e todos aqueles que na sociedade não têm voz e nem vez. Desde o seu nascimento até sua morte na cruz, Ele sempre se identificou e se solidarizou com os pobres, dando sinais de sua missão. Nasceu em meio a animais e foi posto para repousar em um cocho onde os animais comiam.
Os primeiros a contemplá-lo em sua humildade e dar testemunho da sua chegada como Salvador foram os pobres. Ainda no seio de sua mãe, Maria, Jesus morou na rua. Ele nasceu como um “sem-teto”. Quando deu à luz ao seu filho primogênito, Maria o envolveu em panos e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles dentro da casa” (Ib. 2,6-7).
Além de “migrante e refugiado” no Egito por causa da ganância de Herodes que queria matá-lo, ele foi “carpinteiro” com seu pai, José.
Quando São Francisco de Assis, em sua intuição original recriou no presépio de Greccio a expressão poética do Natal, desejava experimentar e reviver na própria carne o mistério e o encantamento, o amor e a dor, a contradição da glória divina revelada na pobreza de Jesus. Desde então, compor um presépio tornou-se um ato de fé, vislumbrando a presença do Deus, pai de Jesus, encarnado em tudo aquilo que constitui a vida.
Para contemplar o presépio e nele descobrir a revelação divina no cotidiano humano, é necessário mudar o coração e o olhar, porque o mundo tornou-se presépio. É este o sentido de compor e imaginar a cena do nascimento de Jesus Cristo nas mais diferentes situações e culturas. É Ele o índio, é Ele o negro, é Ele o pobre, o homem comum na cidade, na favela, no campo. Porque todo ser humano tornou-se sacramento do Filho, e todo lugar e cultura tornaram-se sacramento da manjedoura de Belém.
Universal não é o presépio, é sim o mistério da vida que só tem uma morada: o coração humano. É importante ressaltar que Natal e Presépio eliminam qualquer distância e superam toda e qualquer separação. Natal é linguagem divina. Presépio é pedagogia humana para que, na abertura ao mundo, se possa descobrir o que é essencial.
NOTÍCIA
Desejar boas festa sem mensagens endereçadas geralmente apenas às pessoas com quem convivemos, pode soar como dolorosa ironia para aquela grande porção da humanidade que não tem qualquer motivo para festejar, por está com fome, doente, sem roupa, abrigo, sendo rejeitada, desprezada sob crescente exclusão social.
SENTIMENTOS
Dois sentimentos opostos costumam disputar a preferência da nossa atenção e vontade no fim de mais um ano e o começo de outro. Ou se lamenta os erros do passado, em atitude passiva e sofrida de resignação, ou se trata de preparar o futuro, não só para corrigi-los, mas também para nos prevenirmos contra a sua repetição.
ESPERANÇA
O Menino celebrado no Natal não nos deixa abandonar a esperança, embora ela seja vista como blasfêmia pela ideologia centrada no egoísmo e como heresia pelo poder econômico-político hoje dominante em todo o mundo. Conservar tudo como está, por ser bom assim, é o tom aparentemente inquestionável e invencível desse monstro, mesmo que a história venha demonstrando o contrário há séculos.
LÁZARO
O Papa Francisco lançou uma contundente mensagem sobre a misericórdia e a salvação, tomando o Evangelho do rico e de Lázaro. “Ignorar os pobres é desprezar a Deus. Lázaro representa o grito silencioso dos pobres de todos os tempos e a contradição de um mundo onde as imensas riquezas estão nas mãos de uns poucos”, afirmou o Pontífice.
DESTINO
O bispo de Roma fez uma pregação lembrando Lázaro, coberto por pragas e o rico, com um grande banquete, sem oferecer a ele comida, água, roupa ou abrigo. Ele lembrou que “quando morrem, morrem os dois, pois possuem o mesmo destino. Ignorar os pobres é desprezar a Deus. E devemos ter isto claro”, disse o Papa Francisco.
ESPERANÇA
A crise social e política vivida em vários países da América Latina de forma acentuada indica que o que mais falta no mundo de hoje é esperança. As mudanças políticas para alterar a condição atual são quase sempre mais do mesmo. Por isso produzem frustração e desengano.
MISTÉRIOS
Para o teólogo Leonardo Boff, o Natal nos oferece a chave para decifrar alguns mistérios insondáveis de nossa atribulada existência. “Os seres humanos sempre se perguntaram e perguntam: por que a fragilidade de nossa existência? Por que a humilhação e o sofrimento? Eis que no Natal nos vem uma resposta: Ele se fez frágil como nós”, assinalou.
Desigualdade Celebrar o Natal significa resgatar a esperança e guardar o pessimismo para dias melhores e abrir-se à utopia, a outros mundos possíveis. Em tempos de crise devemos identificar os sinais de antiNatal vigentes hoje em nossa sociedade com a desigualdade social.
HISTÓRIA
O padre norte-americano, Jeffrey F. Kirby, afirmou que “a parte esquecida da grande história do Natal é a pessoa de José. Segundo o religioso, “José faz parte da história e a sua presença e as suas ações nos dão um ângulo e uma perspectiva diferentes daquilo que aconteceu no dia de Natal”.