Burnout: conheça o diagnóstico e tratamento da nova doença ocupacional

Mais de 576 mil brasileiros foram afastados em 2020 devido a transtornos mentais e comportamentais.

Fonte: Com informações do Brasil 61

A partir de 1º de janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout passa a ser classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença ocupacional, que é adquirida pelo trabalhador em razão da sua atividade profissional.

A doença é um distúrbio emocional em que a principal causa é justamente o excesso de trabalho. Segundo dados da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, mais de 576 mil brasileiros foram afastados em 2020 devido a transtornos mentais e comportamentais.

“Ao invés das pessoas se limitarem, trabalharem em um carga horária com pausas, por exemplo, elas querem sempre bater mais metas. Sendo pressionadas a isso pelo trabalho, pelo chefe, e ocorre até mesmo nos empreendedores. A pausa é muito importante, além de observar os sintomas, e entender que a gente não consegue atender todas as expectativas”, explica a biomédica Dra. Lorena Soares.

SÍNDROME É CARACTERIZADA POR TRÊS DIMENSÕES:

  • Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia;
  • aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho;
  • redução da eficácia profissional.

Diagnóstico e tratamento do burnout

Com a nova classificação da OMS, o diagnóstico da Síndrome de Burnout poderá ser mais preciso. Como os sintomas são parecidos com os de uma crise de ansiedade, é necessário que o paciente observe quais são os gatilhos que os coloca nessa situação.

“O diagnóstico é feito por meio da observação de sintomas de cansaço, fadiga, esgotamento físico e mental, dor de cabeça, tontura, tremores, falta de ar, distúrbios de sono e gastrointestinais. Todos esses sintomas precisam estar relacionados ao trabalho, ao excesso e à pressão do trabalho. Então, a pessoa tem esses sintomas indo trabalhar ou próximo de executar uma tarefa, por exemplo”, esclarece Dra. Lorena.

A gaúcha Carol Milters, de 34 anos, que é escritora e fundadora da Semana Mundial de Conscientização da Burnout, evento que acontece todo ano na última semana de novembro, teve dois episódios de burnout; o primeiro entre 2014 e 2016, e o segundo entre 2017 e 2019.

“O primeiro episódio foi quando ainda morava no Brasil e o segundo foi na Holanda, onde eu moro há 5 anos. Quando me mudei para cá, eu comecei a trabalhar em um lugar novo e, com quatro meses, eu tive uma crise de ansiedade, que me levou a uma crise de pânico, que me levou a um processo de depressão. Nas consultas médicas, eu descobri que o que estava passando era burnout. Eu tinha uma ideia de que o episódio que tive no Brasil também era burnout, mas eu não sabia, nenhum profissional que eu consultei mencionou esse nome”, conta.

Em 2020, Carol escreveu uma coletânea de crônicas sobre sua experiência com a ansiedade, depressão e pânico causados pelo burnout, e começou a fazer conteúdo para redes sociais como forma de conscientizar as pessoas sobre a doença.

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