Brandão diz que escolha de Flávio Dino não foi pessoal e acredita que decisão é irreversível

Vice-governador fala com exclusividade ao Jornal Pequeno sobre política e diz que pretende se eleger com a força do povo.

Fonte: Redação

O Jornal Pequeno inicia o ano de 2022 entrevistando com exclusividade o vice-governador Carlos Brandão sobre um assunto que, até então, ele vinha se esquivando um pouco, por priorizar a gestão e entender que ainda não era a hora de tratá-lo: a política.

No entanto, em outubro deste ano, elegeremos presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais. E aqui no Maranhão, o sucessor de Flávio Dino.

Momento propício para ouvir falar de política, com exclusividade, o vice que recebeu o apoio do governador para encabeçar a chapa situacionista que disputará a cadeira número 1 do Palácio dos Leões daqui a 10 meses.

JORNAL PEQUENO – Vice-governador Brandão, temos quatro pré-candidatos com pretensão de disputar a sucessão do governador Flávio Dino, e um deles, o senador Weverton Rocha, disposto a enfrentar a eleição mesmo que o senhor seja o escolhido do grupo, o que coloca o presidente do PDT do Maranhão condição de adversário. Já há um bom tempo, bem antes do senhor, ele percorre o estado propagando sua pré-candidatura. O senhor resolveu deixar para fazer isso apenas após uma posição do governador. Por que agiu assim?

CARLOS BRANDÃO – Porque essa não era a minha preocupação. Me posicionar como pré-candidato nunca foi minha prioridade. Diante de tantas dificuldades… sanitárias, econômicas, impostas pela pandemia, me concentrei em auxiliar o governador a administrar o estado. Claro que conversamos, nos organizamos internamente, mas o grande foco sempre foi a gestão. Até por ser vice-governador por dois mandatos, uma pré-candidatura ao governo é natural. Mas, até por respeito ao grupo, resolvi que só marcaria uma posição mais concreta após o governador se posicionar. Assim o fiz.

JP – O senhor acredita que essa posição do governador, de apoiar seu nome para a sua sucessão, é irreversível?

CB – Acredito. E acredito, também, que o governador não tenha decidido pelo meu nome de forma pessoal, como alguns tentam passar. Ele analisou pesquisas qualitativas, ouviu lideranças de todo o estado, seus auxiliares de governo e também os representantes dos partidos que fazem parte de sua base de apoio. Um político da envergadura de Flávio Dino, com a inteligência e a capacidade de agregar que tem, não tomaria uma decisão dessas por instinto ou por gosto pessoal. Propagar isso é não considerar o tamanho político que ele possui.

JP – Então, qual seria o teor da reunião do dia 31 de janeiro, já que o senhor acredita que o governador tenha realmente decidido pelo seu nome?

CB – O grupo que foi formado e que garante a governabilidade é grande. Com ele, vencemos duas eleições para governo e elegemos três senadores. Manter a unidade no grupo é fundamental para que ele continue fortalecido. É nisso que penso. Dividir não é uma opção que se tenha que considerar. Precisamos de que as conquistas sociais alcançadas sejam garantidas. Temos o maior investimento público em educação da história do Maranhão. Multiplicamos o número de hospitais, de restaurantes populares e de tantos outros equipamentos, como o Viva Cidadão. Somos o estado que melhor combateu a covid-19 e demos uma nova dimensão à agricultura familiar. É imperativo que continuemos o trabalho iniciado. Continuar e avançar ainda mais. Por isso a unidade é tão importante.

JP – Mesmo depois de tantos movimentos, tantas declarações por parte de outros integrantes do grupo, em especial do senador Weverton Rocha, o senhor ainda acredita na unidade. Em uma chapa, abriria espaço para vice?

CB – Sim, claro. Buscar uma pré-candidatura é legítimo para qualquer um. Só que, na minha opinião, é hora de nos unirmos em prol da continuidade do governo Flávio Dino. Todos nós devemos pensar no Maranhão. A experiência em 2020, por ocasião da disputa pela prefeitura da capital, não foi boa, e considero que não deva se repetir. Acredito, sim, que ao final, o bom senso prevalecerá. Em relação ao nome para vice, certamente chegaremos a um consenso que agrade a todos e que melhor agregue, pelo bem do Maranhão.

JP – Recentemente, o ex-governador José Reinaldo Tavares disse, em entrevista, que o senhor se elegerá com a força do Palácio dos Leões. Como o senhor viu essa declaração?

CB – Não resta dúvida de que a força do Palácio dos Leões é importante, mas, da mesma forma que meu grande amigo Zé Reinaldo, que saiu de 3% nas pesquisas, no início daquele ano, para se tornar governador do Maranhão, eu também pretendo me eleger é com a força do povo.

JP – Como o senhor definiria sua participação no governo até agora?

CB – Sou discreto. Entendo o papel que tenho ao auxiliar o governador. No entanto, sempre trabalhei muito, tanto no planejamento quanto na execução das obras e ações. Conheço cada centímetro desse governo, que representei em várias ocasiões dentro e fora do país. Além disso, sou um municipalista convicto e fiz questão de ir aos municípios atender as pessoas de perto. Nunca fui um vice decorativo. Aliás, esse nunca foi o meu perfil, desde que iniciei minha vida no setor público.

JP – O senhor se sente preparado para governar o Maranhão?

CB – Tenho me preparado por todos esses anos. Tenho pouco mais de trinta anos de vida pública e não respondo a nenhum processo. E não digo isso como uma qualidade incomum. Isso é algo que deve ser inerente a quem se propõe a governar. Conheço a máquina a fundo, o que é muito importante para fazer com que o governo não pare por nenhum instante. Tenho excelentes relações no Congresso Nacional – afinal, fui deputado federal por dois mandatos – e também com representantes de outros países. Sou um defensor do fortalecimento das cidades e conheço cada uma delas. Sempre sou bem recebido por qualquer liderança política no interior, independentemente de partido. Enfim, após anos de dedicação ao Maranhão, me sinto muito preparado para representar nossos sete milhões de maranhenses.

JP – O que o maranhense pode esperar de Carlos Brandão em 2022, considerando que o senhor assumirá o governo a partir de abril?

CB – Muito trabalho e comprometimento com tudo que foi conquistado até aqui. Nada foi por acaso. Os resultados que alcançamos são fruto de planejamento e de esforço de uma equipe coesa e bem liderada. Assim também será em nosso governo. O governador terá que se afastar – como dita a lei –, por conta de sua pré-candidatura ao Senado. Assim, em abril, serei governador e manterei a linha que estabelecemos nos últimos anos, trabalhando com foco nas pessoas. Além disso, ampliaremos o que conquistamos e reforçaremos nosso trabalho pelo desenvolvimento, pela geração de emprego e de renda e pela construção de um estado onde, a cada dia mais, se caminhe pela justiça social.

2022 ainda será um ano de desafios na luta contra a pandemia. Mas tenho certeza de que será também de muitas vitórias. E é isso que desejo a todos os maranhenses: um ano novo repleto de boas notícias e com muita saúde.

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