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Canteiro Escola forma mão de obra especializada em construções históricas

Foram 36 jovens selecionados pelo programa para os cursos de Pedreiro de Revestimento e Pintor de Obras Imobiliárias.

Fonte: Aquiles Emir

A conservação do patrimônio histórico de São Luís tornou-se uma necessidade para o fortalecimento da identidade dos ludovicenses. Para cuidar desse legado, foi criado o Programa Canteiro Escola, ofertado pela Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH), em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MA), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Maranhão (Sebrae-MA). O objetivo é capacitar mão de obra para a construção civil, visando à conservação dos bens culturais protegidos por lei.

Foram 36 jovens selecionados pelo programa para os cursos de Pedreiro de Revestimento e Pintor de Obras Imobiliárias, em novembro de 2021, que já estão com a mão na massa.

Quem visita o Centro Histórico vê que os trabalhos pelo Mercado das Tulhas estão a todo o vapor. O lugar, também conhecido como Feira da Praia Grande, foi construído no século XIX, com 37 fachadas da Rua do Giz, um dos pontos turísticos mais emblemáticos da capital maranhense, localizado no coração do Centro Histórico.

O diretor regional do Senai, Raimundo Arruda, diz que, além de preservar a riqueza cultural e histórica das construções antigas de São Luís, o Programa Canteiro Escola formará mão de obra especializada e diferenciada para a revitalização do Centro Histórico.

“Capacitar jovens das nossas comunidades é gratificante. Através do conhecimento, os afastamos dos riscos aos quais estão expostos e ampliamos as chances de empregabilidade dessas pessoas, que podem atuar tanto em obras como as do Canteiro Escola, na capital maranhense, ou em qualquer outra região do Estado”, comentou.

MÃO NA MASSA

Ao todo, 28 metros de fachada, a entrada principal do Mercado das Tulhas, além de portas de madeira e de alumínio e dos gradis receberão a intervenção do Canteiro Escola nessa primeira etapa do programa. Os jovens estão na fase de aplicação de fundo dos metais antioxidantes e, também, trabalhando o fundo das madeiras, preparando-as para receber o acabamento.

As paredes receberão o reboco com a argamassa e pintura conforme as orientações dos técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH).

A técnica em edificações, instrutora de qualificação profissional e aprendizagem industrial do Senai-MA, Elisângela Cerqueira, acompanha os jovens nesse primeiro momento das obras. Ela diz que esse é um processo que precisa ser orientado por pessoas especializadas, com muita responsabilidade e cuidado, e sem interferir nas características da obra original.

“Essa parceria vem desenvolvendo um trabalho belíssimo de preservação. Esse trabalho é minucioso e detalhista, então a gente precisa de muito amor para trabalhar aqui, com o preparo da tinta, da formulação dela, da aplicação, e saber que esse material é hist&o acute;rico, com um valor imensurável”, explica Elisângela.

O projeto Canteiro Escola vai realizar mais cursos de qualificação setorial voltados aos trabalhadores da construção civil, ministrados diretamente no canteiro de obras. “Os alunos têm a oportunidade de trabalhar com um conceito histórico e isso não tem preço”, afirma a instrutora.

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