SÃO LUÍS – Três meses depois do incêndio nos casebres instalados embaixo da Ponte do São Francisco, a área está reocupada por pelo menos 20 moradores antigos e pessoas desconhecidas.
Sara Vale disse ao Jornal Pequeno que há dois anos mora no local, nunca saiu de lá, apenas refez as paredes e o teto da casa. Ela contou ainda que, a partir de janeiro de 2022, começou a receber R$ 400, referentes ao programa Aluguel Social, da Prefeitura de São Luís. Mas, desempregada, o auxílio seria insuficiente para o custeio de um aluguel residencial na capital maranhense.
“Eu já estava aqui quando o incêndio ocorreu, meus dois gatos de estimação morreram. Nunca saí, eu iria para onde? Onde posso pagar R$ 400 de aluguel? Existe no mercado um preço de aluguel tão baixo assim? E, como eu pagaria contas de água e luz? São vários questionamentos que me prendem aqui embaixo da ponte”, disse Sara, frisando que, à noite, ela acende uma vela, pois no seu casebre não há luz elétrica.
“Desde que tudo pegou fogo, e que perdemos nossas coisas, minha mulher passou a morar com a mãe dela, e eu estou aqui sozinho. Eu não fui contemplado com o Aluguel Social, as questões burocráticas que nem eu mesmo sei explicar não permitiram. Tomo banho de um tanque, com água da rua. Tiro algum dinheiro vendendo peixes, que pesco. E assim estou levando a vida”, declarou Arthur Mendes.
INCÊNDIO
No dia 5 de novembro de 2021, o fogo consumiu 60 moradias improvisadas, construídas embaixo da Ponte São Francisco, no bairro São Francisco, em São Luís. No dia, equipes do Corpo de Bombeiros estiveram no local para controlar as chamas, mas os casebres ficaram destruídos.
A causa do incêndio teria sido uma combustão, que teve início por volta das 5h.Apesar do susto, ninguém ficou ferido.
ASSISTÊNCIA
Segundo declarações da secretária da Criança e Assistência Social de São Luís, Rosângela Bertoldo, ainda em novembro de 2021, as famílias foram sendo acompanhadas pelo Centro de Referência de Assistência Social do bairro São Francisco (Cras).
Ainda segundo a secretária, dos 63 casebres, 48 famílias conseguiram o Aluguel Social.