31 cearenses, incluindo duas menores de idade, foram resgatadas no Maranhão em condições de trabalho análogo à escravidão. A operação “Prunifera” foi deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 17, com o intuito de combater o tráfico de pessoas.
Os trabalhadores foram aliciados, mediante fraude, com a promessa de trabalho, alojamento e alimentação pagos pelo empregador e trazidas ao Maranhão. Ao concordarem com a proposta, receberam certa quantia em dinheiro para deixar com suas famílias e entregaram suas carteiras de trabalho (apenas aquelas que possuíam) as quais seriam devolvidas quando retornassem ao Ceará.
Ao chegarem no destino, conforme a PF, descobriram que foram enganadas. O alojamento parecia um local abandonado, extremamente sujo, sem energia elétrica, nem água encanada ou banheiro que funcionasse. As vítimas tomavam banho em um criatório de peixe, com água barrenta e malcheirosa. Além disso, dormiam em redes na varanda ao relento, enquanto um dos suspeitos repousava dentro da casa, sozinho.
Quanto às condições de trabalho, caminhavam cerca de 3 km até o local de extração da folha de carnaúba, sem banheiro, água proveniente de um buraco (sem qualquer filtragem), redução da quantidade fornecida de alimentos quando a meta não era batida e jornada de trabalho de mais de 12 horas.
A PF ressaltou que parte das vítimas foi resgatada no ano passado pela Polícia Civil do município de Vargem Grande/MA, oportunidade em que um suspeito foi preso em flagrante.
Os investigados poderão responder por crimes de reduzir alguém a condição análoga à escravidão, tráfico de pessoas, dentre outros. A pena pode ultrapassar 16 anos.