Os moradores dos residenciais Luís Bacelar 1 e 2, construídos por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida, no bairro do Gapara – região do Itaqui-Bacanga, em São Luís, mantiveram contato com o Jornal Pequeno a fim de tornar públicas algumas situações que estão tirando o sossego da comunidade, entre as quais a cor escura, textura oleosa e o mau cheiro da água que chega às casas.
Além disso, eles reclamaram de um bueiro sem tampa e que, devido estar desprotegido, uma criança de seis anos caiu nele e teve leves ferimentos. Outra reclamação foi sobre os buracos nas ruas do Luís Bacelar.
De acordo com Alcir Brandão, presidente da Associação de Moradores do Residencial Luís Bacelar, em setembro de 2020, foi solicitado à Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) o serviço de infraestrutura das ruas do residencial.
“No documento protocolado na Semosp, nós pedimos a manutenção asfáltica, pois sofremos com vias cheias de buracos”, destacou Alcir.
O presidente informou que o mesmo pedido, feito em setembro de 2020, foi repetido em setembro de 2021, desta vez na gestão do prefeito Eduardo Braide.
“A única vez que presenciamos uma equipe da Semosp aqui (no residencial) foi em janeiro de 2022. Vieram e, supostamente, fizeram uma análise, mas resolver os problemas dos buracos, não resolveram, e não sabemos o por quê”, informou Alcir.
FEIRA POPULAR
Outra situação mostrada ao JP pela Associação de Moradores foi o local onde deveria estar funcionando uma feira popular. “Também no início deste ano, a Prefeitura colocou dez barracas metálicas aqui, mas não permitiu que os feirantes as ocupassem, pois ainda faria o calçamento do terreno. Das dez barracas, restaram quatro, as outras acreditamos que foram furtadas. O calçamento não foi feito, a área está cheia de mato, e a feira popular nunca ocorreu”, destacou Alcir.
BUEIRO SEM TAMPA
O morador Francisco das Chagas Silva informou que, há alguns meses, uma criança de seis anos caiu em um bueiro sem tampa.
“O bueiro está sem tampa há pelo menos oito meses. Ainda bem que a criança não teve nada, além que arranhões. Mas o bueiro está com pedaços de galhos, lixo, e quando chove a água dele transborda”, informou Francisco.
ÁGUA IMPRÓPRIA PARA CONSUMO
Francisco de Assis Ferreira Santos disse que mora no Residencial Luís Bacelar há dois anos e seis meses, e informou que a água é distribuída pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), proveniente de um poço artesiano. O líquido é utilizado no banho, na higienização das louças da cozinha, de roupas e na limpeza do banheiro.
Francisco contou que a água sai bastante escura das torneiras. “Algumas vezes, na cor de petróleo. Também, a água tem uma textura levemente oleosa. Não dá para beber nem cozinhar, é preciso comprar água mineral”, frisou Francisco Assis.
Em 2020, a Associação de Moradores do Residencial Luís Bacelar disse que pagou exames microbiológicos na água, e que os resultados teriam acusado a contaminação do líquido.
No dia 14 de fevereiro de 2020, teria existido uma reunião entre a Associação e a Caema, quando a questão levantada pelos moradores foi, entre outras, a melhoria da qualidade da água. Mas, nestes últimos dois anos nenhuma melhoria na água teria ocorrido.
OUTRO LADO
Ainda no período da manhã de ontem (4), a reportagem do Jornal Pequeno procurou a Caema e a Semosp, a fim de obter um posicionamento sobre as reclamações dos moradores do Residencial Luís Bacelar, mas até o fechamento desta matéria, no início da noite, não tinha sido dado retorno.