O segundo envolvido no latrocínio (roubo que resulta em morte) do dentista Lauro Henrique Moreno Evangelista, de 47 anos, encontrado morto na terça-feira (15), se apresentou na sede da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), na companhia de um advogado, no início da tarde de ontem (16).
Contra Adson José Ribeiro Gusmão já havia um mandado de prisão preventiva expedido. O irmão dele, Allisson Jorge Ribeiro Gusmão, de 26 anos, foi capturado na Vila Isabel, por equipes da Força-Tarefa e da Diretoria de Inteligência e Assuntos Estratégicos (Diae), ambas da Polícia Militar, quando tentava sair da cidade, horas depois de o corpo da vítima ter sido localizado.
De acordo com o delegado Marconi Matos, titular do Departamento de Proteção à Pessoa, da SHPP, responsável pelo caso, a polícia segue investigando a possibilidade da participação de uma terceira pessoa na ação criminosa, além de tentar encontrar o veículo da vítima.
O delegado relatou que um revólver calibre 38, apreendido com Alisson foi encaminhado à perícia, juntamente com as cápsulas localizadas, para atestar se foi realmente a utilizada no crime, conforme afirmado pelo suspeito.
DETALHES E MOTIVAÇÃO
Em depoimento, o primeiro irmão preso revelou detalhes do que aconteceu antes e depois do crime. Allisson disse que a vítima chegou na casa deles na tarde de domingo (13), e os três ficaram lá bebendo.
O dentista tinha uma amizade com Adson e foi ao local convidado por ele. À polícia, o suspeito contou, ainda, que foi até um estabelecimento comercial na área Itaqui-Bacanga, na tentativa de fazer uma compra com o cartão de Lauro, mas não obteve sucesso.
“Ele foi para casa e amarrou a vítima em uma cadeira. Allisson efetuou dois disparos na cabeça do odontólogo. A razão seria justamente por não ter conseguido o valor que ele pretendia”, explicou o delegado Marconi Matos, ressaltando que, antes disso, uma transferência via Pix, no valor de R$ 300, já havia sido feita pelo aplicativo de Lauro.
Cerca de cinco horas depois de assassinar o dentista, ele foi morto por volta das 15h do domingo, a dupla colocou o corpo dentro do carro e o abandonou na Estrada do Gapara, onde foi encontrado.
PERÍCIA NO LOCAL
A Polícia Civil, por meio da SHPP, solicitou uma perícia na residência dos irmãos, no Piancó, área da Vila Embratel, para que seja comprovado se lá foi realmente o local da execução.
Segundo o delegado, quando chegaram ao imóvel, a equipe encontrou a cama em pé. “Causou estranheza. Acreditamos que eles lavaram o quarto onde aconteceu todo o crime”, pontuou.
RELEMBRE O CASO
O dentista Lauro Henrique Evangelista, de 47 anos, foi encontrado morto na manhã desta terça-feira, 15, na Estrada do Gapara, área Itaqui-Bacanga. O irmão da vítima já fez o reconhecimento do corpo.
De acordo com a polícia, o corpo foi encontrado, quase 48 horas depois do desaparecimento, por uma mulher, que estava à procura de uns animais pela área de vegetação. O dentista estava de bruços, enrolado em uma rede e com sinais de violência. Informações apontam que a vítima teria sido morta com um tiro na cabeça.
Equipes do Icrim e IML estiveram na cena do crime para tomar as providências cabíveis. A polícia investiga o caso como latrocínio (roubo que resulta em morte), já que o veículo da vítima foi roubado, e há imagens do carro seguindo em direção à saída de São Luís.
Diretor do SESC Turismo, Lauro Henrique estava desaparecido desde o último domingo, 13, quando saiu de um almoço na casa dos pais, no Parque Amazonas, em São Luís. Ele deixou o imóvel em um veículo Fiat Argo branco, de placa PTA-0759.