O Estado do Maranhão, agora, possui autonomia no diagnóstico molecular de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. As análises das amostras do estado, antes enviadas para o Instituto Evandro Chagas, no Pará, estão sendo realizadas pelo Laboratório Central de Referência em Saúde Pública do Maranhão (Lacen/MA). O trabalho é fruto de investimentos do Governo do Estado na área da saúde.
De acordo com o diretor do Lacen/MA, Lídio Gonçalves, a realização desse sequenciamento é um passo muito importante para o diagnóstico e controle das arboviroses no estado. A implantação da nova tecnologia de diagnóstico molecular de arboviroses garante rapidez no resultado e melhora as estratégias de vigilância e tratamento dos pacientes.
“Esse diagnóstico é importante para uma identificação mais sensível dos casos de dengue, zika, chikungunya no estado e identificação de sorotipos da dengue, para que, dessa forma, possamos identificar que sorotipos de dengue estão circulando no Maranhão. Acelerando, ainda, a identificação dos casos de dengue mais graves, a exemplo da dengue hemorrágica, e criando estratégias públicas de controle de novos casos de arboviroses no estado do Maranhão”, explicou Lídio Gonçalves.
Desde a implantação de técnica molecular no Lacen, foram analisadas 432 amostras. A equipe do laboratório tem capacidade para realizar, em média, 400 amostras por mês, a depender da demanda.
Segundo a encarregada da Rede de Laboratórios do Lacen/MA, Lécia Cosme, quando as amostras eram enviadas para fora do estado, levavam, em média, 30 dias para obtenção do resultado. Agora, com o sequenciamento sendo realizado no Maranhão, esse período será de aproximadamente sete dias. Além disso, está sendo realizada a descentralização das ações com a capacitação das equipes de vigilância.
“Como coordenador de rede de laboratórios, o Lacen descentraliza os serviços que podem ser assumidos pelos laboratórios municipais, garantindo ao paciente um diagnóstico mais próximo do seu local de residência. Um desses serviços é o exame sorológico para diagnóstico das arboviroses, em que o laboratório municipal realiza o exame e o Lacen, nesse contexto, realiza o controle de qualidade dos mesmos”, comentou a encarregada Lécia Cosme.
A encarregada dos serviços de Biologia Médica do Lacen/MA, Mirtes Castelo Branco, explica que o diagnóstico das arboviroses é realizado através de duas metodologias. “A primeira é por ensaios imunológicos, com o teste sorológico imunoenzimático, em que identificamos a presença do anticorpo em resposta à doença que, no caso, são as arboviroses: dengue, zika e chikungunya. Já o segundo, trata-se da mais nova tecnologia oferecida pelo Lacen, que é o teste molecular, para a identificação do vírus, com determinação do sorotipo do vírus da dengue que está circulando no estado no momento”, explicou.