Empossado para o cargo de secretário de Estado da Saúde, na última quarta-feira, 7, o professor universitário e advogado, Tiago Fernandes, assume uma das principais pastas do governo Carlos Brandão, ciente dos desafios que terá pela frente.
Em entrevista para o Jornal Pequeno, o novo secretário destaca as prioridades da sua gestão e reafirma o compromisso de trabalhar pela continuidade da expansão da rede de saúde, com inauguração de novas unidades de saúde.
Confira abaixo a entrevista concedida pelo secretário Tiago Fernandes ao Jornal Pequeno.
JP – O Maranhão apresenta um quadro controlado no que diz respeito aos casos de Covid-19, inclusive com a flexibilização do uso de máscaras. No entanto, a pandemia ainda é uma realizada. O que a sua gestão pretende pôr em prática para manter o Estado no nível dessa conjectura atual?
TF – Vamos dar continuidade as ações que já estavam sendo realizadas tendo em vista que o Maranhão se destaca no cenário nacional no combate à pandemia da Covid-19 e, ao mesmo tempo, vamos ampliar ainda mais a nossa rede de saúde. O sucesso que o Maranhão tem é muito em decorrência da expansão da sua rede própria ao longo dos últimos sete anos, então, a metodologia é essa, continuar expandindo, ofertando serviços para a população. E, simultaneamente, com base nos dados científicos que forem apresentados sobre novas variantes, tomar novas medidas.
JP – O que a população precisa entender agora no Brasil neste momento da pandemia?
TF – A gente passa por um quadro de flexibilização, de baixa ocupação de leitos, mas nós precisamos estar atentos as informações científicas, elas salvam vidas. Por isso, a mensagem mais necessária agora é para quem não iniciou inicie o seu esquema vacinal e complete seu esquema vacinal. Não fique apenas no esquema básico de duas doses ou dose única, mas complete com a dose de reforço e, consequentemente, de acordo com o calendário que vai ser divulgado ao longo do tempo, receba também a quarta dose.
JP – O Governo Federal estuda rebaixar de pandemia para endemia o status da Covid-19 no Brasil. Como o senhor avalia essa possibilidade?
TF – Essa não é uma competência exclusiva do Governo Federal. Na verdade, isto depende da Organização Mundial de Saúde [OMS] que alertou – no começo de 2020 – para uma pandemia da Covid-19. Existem vários vetores que precisam ser analisados para esse rebaixamento por parte da OMS, uma delas é descobrir um remédio eficaz contra a Covid-19 e garantir os índices percentuais do esquema vacinal completo no mundo. O que não significa dizer que não possa ter flexibilizações e que a baixa ocupação de leitos significa que a gente possa rebaixar para endemia. A competência é da OMS, mas, sobretudo, precisamos ficar atentos a novas informações que podem surgir.
JP – Como o senhor avalia a adesão infantil à vacinação contra a Covid-19 no Maranhão? E a taxa de imunização desse público alvo está dentro do esperado?
TF – A gente precisa ampliar ainda mais a vacinação pediátrica, sobretudo, sensibilizar os pais que a vacinação salva vidas e que busquem informação de qualidade para verificar o número mínimo, quase inexistente, de crianças vacinadas contra a Covid-19 no mundo com reações adversas. Aqui do Maranhão, mesmo com o índice percentual ainda não desejado, é possível perceber que a vacina amenizou os impactos da pandemia. Então, eu peço aos pais e mães para separarem a carteira de vacinação e levarem seus filhos para vacinar porque é a melhor forma de evitar novas cepas e também situações mais graves as quais passamos nos últimos anos.
JP – Além da Covid-19, é preciso ter atenção quanto à vacinação relativa a outras enfermidades. As taxas de imunização de crianças contra várias doenças – entre elas o sarampo – têm caído no Brasil nos últimos anos. Qual a sua percepção em relação a esse cenário e as estratégias a serem adotadas?
TF – Desde quando começou a pandemia, em 2020, a gente teve uma procura grande pela vacina contra a Influenza e, consequentemente, no ano seguinte, com a oferta da vacina contra a Covid-19, muitos procuraram o imunizante contra o coronavírus e a busca pela vacina de rotina acabou em segundo plano. Contudo, a gente retoma com as campanhas nacionais e estaduais e de sensibilização para que as crianças voltem a completar seus esquemas das vacinas de rotina. Nossas ações incluem a sensibilização e conversa constante com os municípios para que essas campanhas aconteçam dentro das mais de 1.900 salas de vacinação nas unidades de saúde e alcancem crianças e adultos em todo território maranhense.
JP – Quais seriam os maiores desafios e as prioridades da sua gestão à frente da Secretaria de Saúde?
TF – O governador Carlos Brandão, durante a sua posse, comunicou a prioridade. A nossa missão é imbuída pelo espírito de responsabilidade pela continuidade da expansão da rede de saúde, com inauguração de novas unidades e novos serviços, com meta de zerar a fila das cirurgias eletivas, a descentralização dos medicamentos especializados para outras Regionais de Saúde, e também que a gente possa ter Policlínicas com consultas especializadas e exames de imagem em todas as Regionais. Nas localidades onde não for possível construir, a gente vai procurar o credenciamento de clínicas particulares de forma temporária, até que façamos a construção das Policlínicas.