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Sem dinheiro para gás, mulher morre após queimar 85% do corpo com álcool

Vítima ainda precisou aguardar uma vaga para ser transferida a um hospital de referência, e só conseguiu após duas semanas.

Fonte: Redação / G1 Santos

Uma mulher de 26 anos morreu após sofrer graves queimaduras, quando tentava cozinhar utilizando álcool combustível. De acordo com a mãe da vítima, ela teve 85% do corpo queimado. O caso ocorreu em São Vicente, no litoral de São Paulo.

O acidente ocorreu no último dia 2 de abril, e Angélica Rodrigues ficou vários dias internada no Hospital Municipal l (antigo Crei) de São Vicente, após o acidente doméstico. Ela ainda precisou aguardar uma vaga para ser transferida a um hospital de referência, e só conseguiu após duas semanas. No entanto, acabou morrendo durante a preparação de uma cirurgia para remover a pele morta.

Após Angélica ser socorrida, recebeu os primeiros socorros, mas, devido à gravidade das queimaduras, precisou ser transferida. “Em São Vicente não tinha hospital especializado, e depois de tanto corrermos atrás que saiu a vaga para o hospital especializado. Mas, houve negligência, porque ela ficou duas semanas no Crei antes de conseguir a vaga, demorou para sair essa vaga”, afirma a tia da vítima, Thamires da Silva, de 22 anos.

A família conseguiu o translado do corpo após o óbito, com a ajuda do município, para programar o velório e o enterro da vítima.

“Ela não tinha dinheiro para comprar o gás, com o aumento do preço ainda, a única maneira que ela conseguiu foi cozinhar com álcool”, lamenta a tia.

Posicionamentos

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, por meio de nota, afirma o caso da paciente foi sendo monitorado pela Central de Regulação de Oferta e Serviços da Saúde (CROSS), que busca vaga em serviço de referência.

Segundo a pasta, o caso da paciente era gravíssimo e mesmo sendo encaminhada para o Hospital Vila Penteado, uma das maiores referências para queimados do Estado, a paciente não resistiu aos ferimentos e faleceu.

A Saúde afirma que a transferência de um paciente não depende exclusivamente de disponibilidade de vagas, mas também de quadro clínico estável que permita o deslocamento a outro serviço de saúde para sua própria segurança.

Ainda segundo alega a pasta, a CROSS não nega vagas, pois é apenas um serviço intermediário entre os serviços de origem e de referência, funcionando 24 horas por dia. Seu papel não é criar leitos, mas auxiliar na identificação de uma vaga no hospital mais próximo e apto a cuidar do caso.

Já a Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), afirma que Angélica recebeu todos os cuidados necessários das equipes técnicas enquanto aguardava liberação de vaga para ser transferida para hospital de referência.

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