Subtenente do Corpo de Bombeiros confessa ter asfixiado companheira durante discussão

De acordo com o delegado Leonardo de Oliveira, Mário Sérgio está preso e o carro dele está apreendido para passar por perícia.

Fonte: Luciene Vieira

O subtenente do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), identificado como Mário Sérgio Jardim, que está preso, disse à Polícia Civil que asfixiou sua companheira Viviane Batista Marques.

De acordo com delegado de Rosário, Leonardo de Oliveira Pereira, com base no depoimento de Mário Sérgio, o casal teria tido uma discussão ainda na quinta-feira (7), pois Viviane queria dirigir o veículo do militar.

“A discussão teria ocorrido na BR-135, entre as cidades de Bacabeira e Santa Rita, provocando a batida do carro ocupado pelo casal em um acostamento. Parece que no interior do veículo tinha algumas garrafas de cerveja, e segundo Mário Sérgio, a Viviane quebrou uma delas e o lesionado, logo em seguida se autolesionando”, informou Leonardo.

Em seguida, Viviane teria entrado em um transporte alternativo para ir ao hospital de Rosário, e Mário Sérgio foi levado por uma viatura da Polícia Militar ao mesmo hospital, pois o subtenente estava com ferimentos na mão, antebraço e tórax.

Ainda na quinta-feira (7), o casal saiu da unidade de saúde e foi à delegacia. Porém, no mesmo dia, os dois teriam se entendido e voltado a se relacionar. No sábado (9), ainda conforme o delegado, o casal saiu para lavar o carro, e Viviane teria aproveitado o período de lavagem do veículo para ingerir bebida alcóolica.

“Mário alegou que Viviane foi primeiro para a residência do casal, no povoado Gameleira, no município de Bacabeira; tendo ele ido depois. Quando Mário chegou à casa, teria encontrado Viviane com uma faca, afirmando que a imobilizou e que acabou matando-a asfixiada”, destacou Leonardo.

DIVERGÊNCIAS

O delegado disse que esta é a versão do autor do crime, e que ela diverge com os relatos dos familiares de Viviane. De acordo com a família dela, a vítima brigou novamente no sábado com Mário, e teria ido dormir na casa de uma irmã dela.

“Logo, há um ponto de divergência no depoimento de Mário. No domingo (10), segundo a família de Viviane, ela foi à casa do seu pai, lá mesmo no povoado Gameleira, e contou a um irmão dela que iria à casa de Mário buscar o restante dos seus pertences. E, desde então, Viviane não teria sido mais vista”, informou Leonardo.

INÍCIO DAS INVESTIGAÇÕES

Somente no dia 13 de abril, quarta-feira, a família foi à delegacia e registrou um boletim de ocorrência pelo desaparecimento. O caso começou a ser investigado e a Polícia Civil conseguiu provas de que, na verdade, se tratava de feminicídio com ocultação de cadáver e não de um mero desaparecimento. E que o principal suspeito era o próprio marido da vítima.

Diante dos fatos, a polícia representou pela prisão temporária de Mário Sérgio. O pedido foi atendido pelo plantão judiciário, sendo que o mandado de prisão foi cumprido nessa sexta-feira (15), em São Luís, por meio do 2° Distrito Policial de Rosário, com apoio da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) e Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

Em depoimento na sede da SHPP, o subtenente confessou que praticou o crime e que havia deixado o corpo de Viviane Batista nas proximidades da cidade de Vargem Grande, distante 152 Km de São Luís.

O corpo da vítima foi localizado e levado para ser periciado no Instituto Médico Legal (IML). De acordo com a Polícia Civil, a causa da morte ainda será confirmada, por meio dos exames periciais.

O celular e o veículo que foi utilizado no crime foram apreendidos, para que possam ser periciados e assim ajudar a polícia na conclusão das investigações.

O subtenente estava, atualmente, lotado no Colégio Militar de Rosário e encontrava-se de férias. E, por ser integrante do Corpo de Bombeiros, Mário Sérgio Jardim foi preso e entregue ao Comando-Geral do CBMMA, em São Luís, para cumprimento da prisão temporária.

Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão afirmou que repudia o crime de feminicídio e que, no âmbito administrativo, adotará as medidas necessárias para reprimir a conduta do subtenente.

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