O Brasil deve voltar a ser autossuficiente em alumínio a partir de 2023 com a reativação, este mês, da fábrica do Consórcio Alumar (Alcoa, South e Rio Tinto), em São Luís (MA). A afirmação foi feita pelo presidente da Alcoa no Brasil, Otávio Carvalheira, nesta quarta-feira (27), ao anunciar o religamento dos seus fornos, já a partir desta quinta-feira (28).
Segundo o dirigente da multinacional, com a reativação dos fornos, a fábrica de São Luís deve atingir sua capacidade máxima, que é de 447 mil toneladas/ano, no final deste ano. Ele não quis precisar qual será a produção inicial com esta retomada e como será a evolução, mas o diretor do Consórcio Helder Teixeira, disse que não deve ser sequer de 100 mil toneladas, até porque os fornos estão desligados há mais de sete anos e precisam aquecidos de forma gradual.
De acordo com Carvalheira, o Brasil experimentou em 2021 um aumento de 11% no consumo de alumínio, o que obrigou país a recorrer a importações para suprir o mercado, ou seja, atender as indústrias que o utilizam como matéria prima. Isto, porém, não será mais necessário porque a produção da Alumar será suficiente para atender essa necessidade.
Os setores que mais pressionaram o aumento de consumo de alumínio no Brasil, segundo o presidente da Alcoa, foram os de bebidas, transmissão de energia elétrica, veículos e construção civil.
Sobre o segmento de bebidas, ele disse que as medidas restritivas para enfrentamento da pandemia fez com que a reclusão das pessoas em casa provocasse aumento no consumo de líquidos, principalmente cerveja, daí a necessidade de aumentar a produção de latas e tampas de garrafas.
Faz parte deste segmento, produtos como refrigerantes, água tônica, água mineral (as tapas dos copos são de alumínio) e outros.
Investimento
Para a retomada dessa fábrica, a Alumar informou que fez um investimento de R$ 957 milhões, como parte da estratégia para atender o mercado brasileiro e destinar parte dessa produção para o mercado internacional.
“O retorno da produção de alumínio, no Consórcio Alumar, acontece num momento em que gerar emprego, renda e crescimento econômico no Maranhão é importante”, diz Helder Teixeira, diretor do consórcio.
A estimativa é que serão criados 1.500 novos postos de trabalho indiretos, além da contratação de 1.140, ou seja, mais de 2,6 mil empregos foram abertos, sendo que 416 são de ex-empregados, que foram desligados em 2015, quando a fábrica suspendeu a produção de alumínio e passou a produzir apenas alumina.