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Saúde monitora sete casos suspeitos de “hepatite misteriosa” em crianças

Ocorrências ainda dependem do resultado de mais exames para que seja possível dizer se tratar da doença.

Fonte: Redação / Paula Ferreira e Adriana Dias Lopes

Sete casos de hepatite de causa desconhecida em crianças estão sendo monitorados pelo Ministério da Saúde. Até o momento, estão em investigação quatro pacientes no Rio de Janeiro e três no Paraná. A confirmação ainda depende do resultado de mais exames para que seja possível dizer se tratar da doença.

“A pasta orienta aos profissionais de saúde e da Rede Nacional de Vigilância, Alerta e Resposta às Emergências em Saúde Pública do Sistema Único de Saúde (VigiAR-SUS) que suspeitas sejam notificadas imediatamente”, informou a pasta.

A doença tem acometido menores de 16 anos ao redor do mundo e foi inicialmente identificada no Reino Unido, que registrou a primeira morte pela doença. Os casos começaram a ser reportados no início de abril.

Até a última quarta-feira, 4, a Organização Mundial de Saúde (OMS) havia registrado 228 casos em todo o planeta, mas nenhum no Brasil. O número de mortes ainda é incerto, mas além do Reino Unido, outros três óbitos foram confirmados na Indonésia.

Nesta quinta-feira, a Argentina registrou o primeiro caso da doença. Uma criança de 8 anos, do sexo masculino, foi internada no Hospital Infantil da Cidade de Rosário. Trata-se da primeira notificação na América Latina.

A enfermidade decorre de uma inflamação no fígado e os sintomas relacionados a ela são icterícia (coloração amarela da pele e dos olhos), diarreia, vômitos e dores abdominais. De acordo com as informações disponíveis, cerca de 10% dos casos apresentam necessidade de realização de transplante de fígado.

Diante do alerta mundial, a orientação do Ministério da Saúde é que as secretarias de estados e municípios notifiquem imediatamente casos inesperados de hepatite aguda com etiologia desconhecida em crianças e relatem qualquer alteração no cenário sanitário relacionada a essas ocorrências.

Em entrevista na última quarta-feira, o diretor regional de Emergências da OMS na Europa, Gerald Rockenschaub, afirmou considerar o tema “muito urgente”:

“Estamos dando prioridade absoluta a isso e trabalhando muito de perto com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças na gestão e coordenação. Estamos fazendo todo o possível para identificar rapidamente o que está causando isso e depois tomar as medidas adequadas, tanto a nível nacional como internacional”, disse.

Até o momento, segundo a OMS, a suspeita é que a doença seja causada por um adenovírus, já que os vírus que causam as hepatites A, B, C, D ou E não foram encontrados nos pacientes. Por ser um Ponto Focal Nacional que atua em interface com Regulamento Sanitário Internacional, um instrumento que reúne todos países membros da OMS, o Brasil compartilha continuamente as informações sobre os casos com a organização.

A OMS descarta que a doença esteja relacionada à vacinação contra Covid-19. Segundo dados da organização, a maior parte das crianças acometidas não recebeu o imunizante. Uma das linhas de investigação entre especialistas é que a baixa exposição das crianças devido ao isolamento necessário na pandemia de Covid-19 pode ter fragilizado o sistema imunológico para outras doenças.

Entre as medidas para prevenir a doença, é recomendada a higiene das mãos, e etiqueta respiratória, como cobrir a boca e o nariz em caso de tosse ou espirro.

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