Criança tem complicações após tomar injeção de dipirona, no interior do Maranhão

Menina de oito meses foi submetida a uma cirurgia, após inflamação provocada pelo medicamento.

Fonte: Luciene Vieira

Uma criança de oito meses teve infecção na pele, e a suspeita da mãe é que o problema tenha sido causado por aplicação incorreta de medicamento, em um posto de saúde, no município de Cedral, distante 222 km de São Luís.

A mãe da criança, Veridiana de Sousa da Cruz, informou que sua filha, Sarah Rebeca de Sousa Barros, teve febre e sintomas gripais no dia 9 de abril, e foi levada à Unidade Básica de Saúde, de Cedral. Lá, teria sido encaminhada para a enfermaria, onde não havia pediatras para atendê-la.

Ainda segundo a mãe, Sarah teria sido atendida por um médico clínico geral, e foi receitado injetar dipirona intramuscular na bebê. Com o passar dos dias, no local onde foi aplicado o medicamento, surgiu um hematoma na última camada de pele. A lesão teria ficado com aspectos graves, uma bolha com secreção cresceu e criança não parava de chorar.

Veridiana passou a ir ao hospital de Cedral com frequência, sempre levando Sarah, para que algo fosse feito, mas a mãe da paciente informou que apenas pomadas eram prescritas para a infecção.

No dia 20 deste mês, Sarah foi submetida a um procedimento cirúrgico para a retirada da secreção. A cirurgia foi realizada no Hospital Santa Casa, em Cururupu. Atualmente, a paciente está em recuperação e tomando antibióticos.

Nessa terça-feira (24), Veridiana retornou à Santa Casa de Cururupu, quando foi buscar o laudo médico referente à situação de sua filha.

“Fui buscar o laudo, mas somente vão me passar dia 11 de junho. Porém, a médica adiantou que a injeção com dipirona foi aplicada numa região do corpo errada. Também, a médica informou que Sarah pegou uma bactéria na unidade médica de Cedral”, declarou Veridiana.

DENÚNCIA NO MP

Veridiana de Sousa da Cruz contou que, no dia 18 deste mês, procurou a Promotoria de Justiça, em Cedral, e denunciou a situação ocorrida com a pequena Sarah.

“Dois dias antes de minha filha ser operada, eu fui à Promotoria e registrei o caso. Hoje (ontem) eu voltei lá (à Promotoria), só que estava fechada”, disse Veridiana.

A família de Sarah teria entrado em desespero com o estado de saúde da bebê. Há relatos de que a chefe de equipe de enfermeiros técnicos da unidade de saúde de Cedral teria simulado não saber do caso, não dando a devida atenção, nas diversas vezes que Veridiana foi ao local.

A família da paciente também teria alegado a falta de preocupação por parte da Secretaria de Saúde de Cedral, no sentido de averiguar os acontecimentos.

Há relatos que em Cedral há ausência de atendimento pediátrico, e quando são disponibilizadas consultas, elas seriam limitadas a cerca de duas por mês, não sendo capaz de oferecer os serviços a todas as crianças que precisam.

A reportagem do Jornal Pequeno tentou contato, mas não conseguiu respostas, via ligações telefônicas e mensagens de WhatsApp, para o número com terminação 2444, que pertence à secretária municipal de Saúde de Cedral, Tatiana Lisboa Santana.

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