A empresa canadense C6, uma das quatro inicialmente selecionadas pela Aeronáutica, e que tem proposta inovadora para lançamento de satélites de pequeno porte em órbita baixa, prepara-se para começar a sua atuação no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). A informação é da Agência Espacial Brasileira (AEB).
A alta direção da empresa esteve neste mês de maio no Brasil. Os dirigentes canadenses – o CEO Richard McCammon e o vice-presidente de Engenharia Daniel McCammon, acompanhados pelo COO (executivo-chefe operacional), Paulo Vasconcellos – estiveram em São Paulo, São Luís e Alcântara, e puderam constatar in loco as condições existentes e o elevado potencial que o Brasil lhes oferece para fincar uma presença competitiva no mercado de transporte espacial.
“O Espaçoporto de Alcântara foi concebido no início dos anos 80, já com uma proposta de atender não somente às necessidades brasileiras, como, também, a outros programas espaciais. Hoje, com a economia espacial crescendo forte e continuamente, está claro o quão acertada foi a decisão de garantir, ao Brasil, a oportunidade de participar desse dinâmico mercado. O espaço é a nova fronteira, e o povo brasileiro merece e deve participar de todas as oportunidades que se descortinam”, observou o presidente da AEB, Carlos Moura.
Ele explicou que, no segmento de transporte espacial, a Aeronáutica selecionou, no início de 2021, quatro empresas internacionais para serem as pioneiras a executarem lançamentos de engenhos espaciais a partir de Alcântara. Trata-se de um arranjo inovador, que prevê não apenas ofertar serviços de preparação, lançamento e rastreio. Objetiva-se induzir o desenvolvimento local e regional, tanto em termos tecnológicos e logísticos, como de transbordamentos para outras atividades de interesse da sociedade.
A empresa C6 esteve no evento SpaceBR Show, realizado em São Paulo, de 17 a 19 de maio de 2022. Na oportunidade, quase uma centena de expositores montaram estandes para exibirem produtos e serviços das áreas espacial, de veículos aéreos não tripulados e de geolocalização.
No evento, a C6 mostrou o seu projeto de lançador, resultado de ensaios de motor-foguete e prospectando oportunidades. Num ambiente que congregou empresas, academia, institutos de pesquisa e desenvolvimento, representantes das áreas civis e de defesa, entre outros interessados, foi marcante a efervescência do setor espacial brasileiro.
Na competição de startps (pitches), para a qual se inscreveram 21 candidatas, a empresa C6 foi escolhida como a de melhor proposta. Com isso, ganhou o direito a três meses de consultoria da área espacial pela Amazon Web Sevices (AWS), numa parceria com a Agência Espacial Brasileira.
Após passar por São Paulo, os representantes da C6 estiveram em São Luís e Alcântara. Na capital maranhense, eles reunirem com o grupo de trabalho “Pensar o Maranhão”. O evento, liderado pelo presidente da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), Edilson Baldez, contou ainda com a presença dos secretários José Reinaldo Tavares e Cassiano Pereira Júnior.
Participaram também representantes do Sebrae, CLA, ACM, UFMA, entre outras entidades. Em Alcântara, a comitiva visitou o Centro de Lançamento.
“Verificaram, in situ, não apenas a área de onde deverão partir seus futuros foguetes, em 2023, como também os demais serviços disponíveis no CLA e em Alcântara”, frisou Carlos Moura.
“Foi dada a largada! Alcântara, berço da cultura maranhense, patrimônio histórico nacional, adiciona, agora, o setor espacial privado”, comemorou.
“São perspectivas concretas para que o Brasil tome parte na crescente economia espacial, e para que os alcantarenses e os maranhenses de boa vontade embarquem juntos nessa nova jornada”, acrescentou.